Os personagens de Fumiko são protagonistas ambientados ao próprio espírito da terra

Emanuel von Lauenstein Massarani
09/02/2004 14:00

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Fumiko<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Fumiko.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Rede de Pescador<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Fumiko Rede de Pescador.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A veia narrativa de Fumiko assume evidentes caracteres plásticos dentro de uma essencialidade conquistada. Um dado preeminente de sua operosidade é relativo a impaginação de sua obra que, na solidez das estruturas, não concede espaços vazios. Suas imagens humanas exercem o papel de protagonistas e suas ambientações a função de emblemáticos cenários.

A artista opera uma interpretação da realidade com a inteligente utilização das cores para exprimir mais do que a área envoltória da paisagem, o próprio espírito da terra ou melhor dos personagens que retrata.

A invenção do expressivo é a verdadeira essência da pintura, é a linguagem de que se serve o artista para narrar, não a realidade na sua material manifestação, mas e sobretudo a essência interior da realidade nas suas intimas relações volumétricas e cromáticas.

Trata-se, na realidade, de uma relação que no caso da paisagem, envolve o ser humano numa mutua troca de humores com o ambiente do qual obtém seu próprio sustento e que ele plasma não somente segundo as próprias necessidades mas, mais apropriadamente, segundo a própria cultura.

Descrever pictoricamente a ambientação que executa Fumiko significa ter um próprio conceito estético do ambiente em que vive o homem, significa ainda conferir a esse ambiente uma certa sacralidade que o enaltece da semelhança de simples matéria para transferi-lo em algo que representa a idealização do que gostaríamos nos identificar, no nosso esforço em direção ao aperfeiçoamento de nos mesmos.

Na obra "Rede de Pescador", doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, através de seu modo expressivo a artista consegue transmitir essa realidade, tanto através da simbologia da cor quanto com a forma da matéria. A fusão unitária de ambas expressa, através de uma plasticidade luminosa, um prospectivo jogo de tons que conferem profundidade e volume ao ambiente.

A Artista



Fumiko, pseudônimo artístico de Fumiko Kaizu Cavalcanti, nasceu em Tateshina, Nagano Ken, Japão. Emigrou para o Brasil em 1959, onde se naturalizou brasileira. Formou-se em Filosofia, Ciências e Letras pela Universidade de Curitiba e em Música e Belas Artes pela Escola do Paraná.

Realizou vários cursos sobre: arte e educação, complexidade da arte com a professora Maria José Justino e cursos complementares com os professores Ida Hannemam de Campos, Karimi Preuss e Luiz Carlos Andrade Lima.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Escola de Música e Belas Artes do Paraná (1980); Salão Primavera no Graciosa Country Clube (1992 e 1993); Salão Primavera, Clube Curitibano (1992, 1994 e 1995) Dalla Vecchia (1994 e 1996); Espaço Cultural Banestado (1997); 1º Salão de Artes Woman's Club, Clube Tália; VI Mostra no shopping Crystal Plaza (1998 e 1999; Espaço Cultural Hotel Parthenon Prinz em Joinville, SC; Salão Oficial de Arte Livre de Caraguatatuba (1999); Salão 500 anos de Brasil, Fall Galli Hotel, Foz do Iguaçu, Pr; II Salão de Artes Plásticas de Peruíbe; Espaço Cultural Vereador Alberto Marques, Câmara Municipal do Guarujá; Salão Internacional do Petit Format, SP (2000); X Mostra Nacional e II Mostra Mercosul de pintura Artística, Rio Grande do Sul; VII Salão Arte Livre Saint Germain em São Paulo (2001); Espaço Cultural do SESC Pompéia, SP; 10º Salão Naval do Mar, Clube Naval, RJ; I Salão de Artes Plásticas da Escola de Guerra Naval, RJ; Casa do Brasil, Madrid Espanha; UCCLA - Lisboa, Portugal; Brazilian Art-United District Court, Maryland e Associação Cultural Ibero - Americana, Washington, Estados Unidos; XIX Salão de Arte Sacra; XXXIII Salão de Belas Artes, Clube Naval; XXXVII Salão Feminino, Sociedade Brasileira de Belas Artes, RJ; Platia Philikis Eterias, Atenas, Grécia (2002).

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