"Não é possível resolver de imediato problemas acumulados em 500 anos de história", diz 1.º secretário


05/02/2004 19:16

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Deputado Emidio de Souza<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/EmidioSouza.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Da Assessoria do deputado Emidio de Souza

"A vitória de Lula gerou uma expectativa muito grande que não corresponde a nossa realidade, pois não é possível resolver num passe de mágica problemas acumulados em 500 anos de história do Brasil." A afirmação é do 1º secretário da Assembléia Legislativa, deputado estadual Emidio de Souza (PT), feita na manhã desta quarta-feira, 04/02, durante a mesa de abertura do Seminário Anual de Planejamento da Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), que acontece até a próxima sexta-feira, no município de Nazaré Paulista.

A mesa de abertura - intitulada "Os Trabalhadores e o Governo Lula" - contou também com as presenças do líder da bancada do PCdoB na Assembléia Legislativa, deputado estadual Nivaldo Santana, e do vice-presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Manoel Melato, sob a mediação do presidente do Sintaema, Helifax Pinto de Souza.

De acordo com Emidio de Souza, ao assumir em 1º de janeiro de 2003, o governo Lula se defrontava com uma inflação projetada de 30% ao ano. "Que estabilidade o governo teria se essa inflação se confirmasse? Ele perderia sua autoridade política", disse. Por isso, acrescentou, "Lula fez o que foi possível em seu primeiro ano do governo, para evitar o que vem acontecendo com a Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez não consegue melhorar a qualidade de vida de seu povo e vem perdendo sua base de sustentação popular".

Além da inflação, outro problema enfrentado pelo governo Lula, nas palavras do deputado do PT, "é o aprofundamento de nossa dependência externa ocorrida nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso". Lula, frente a esse quadro, evitou adotar políticas como a dos planos Cruzado, Bresser, Collor e Real, "que criaram bolhas de crescimento econômico que se sustentaram por pouco tempo".

Emidio de Souza defendeu um plano nacional de desenvolvimento para enfrentar dois desafios interligados: crescimento econômico sustentável e a inclusão de milhões de brasileiros no mercado de trabalho. Passos nesse sentido estão sendo dados, conforme ele, "como a aglutinação de forças progressistas em sua base de sustentação parlamentar", numa referência à entrada do PMDB no governo Lula.

"A questão do crescimento econômico e a geração de empregos nos inquieta a todos, inclusive ao presidente Lula. Para superar esses problemas, nosso presidente aposta no Grupo dos 20 (G20), integrado por países emergentes como o Brasil, China, Índia e África do Sul, para fazer frente aos Estados Unidos e Europa, que subsidiam seu produtos e criam barreiras comerciais às nossas exportações. Lula sabe que, para crescermos, é necessário alterar as regras do comércio internacional", frisou Emidio.

Outras medidas positivas adotadas pelo governo Lula, de acordo com ele, foram "o estancamento do processo de privatização e mudanças nas agências reguladoras, como ocorreu com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Por fim, o deputado Emidio de Souza ressaltou que o movimento sindical deve ser independente do governo e lutar para ampliar suas conquistas. "Creio que para contribuir com a abertura de novas vagas o movimento sindical deve lutar pela redução da jornada de trabalho de 40 horas semanais e pelo fim das horas-extras".



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