Viúva de Luiz Carlos Prestes participa de debate no Sesc


23/11/2005 19:38

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Deputado Adriano Diogo e Dona Maria do Carmo Ribeiro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/ADRIANO Imagem 110.2 1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/ADRIANO Imagem 110.3 1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

"Eu sou uma personagem viva, como vocês estão vendo". A personagem em questão é Dona Maria do Carmo Ribeiro, viúva de Luiz Carlos Prestes, principal líder comunista do Brasil. Ela veio do Rio de Janeiro, onde mora, até São Paulo, para participar do debate sobre o filme "O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes", exibido no dia 19 de novembro, sábado, na Mostra de Cinema da Zona Leste, que ocorre no Sesc Itaquera. O deputado Adriano Diogo (PT) esteve na exibição e participo dos debates.

Olhos claros, fala firme, expressão suave e bom humor. Dona Maria, aos 75 anos, impressiona pela sua vivacidade, e porque não dizer, pela sua beleza e jovialidade. Nem de longe lembra seu passado de fome, lutas e clandestinidade.

Pernambucana, naturalizada mineira, Dona Maria teve uma infância difícil. Filha de pai comunista, sua mãe morreu quando tinha dois anos de idade. Com o pai na prisão (preso político), foi criada desde pequena em "casas dos amigos", onde passou muita fome. Aos 10 anos começou a participar do movimento comunista ao lado de seu pai e, a partir daí, não deixou mais o comunismo. A vida com Prestes também foi difícil. "Foram 10 anos de clandestinidade terrível. Eu cortei o contato com todos da minha família, ninguém sabia se eu estava viva ou morta."

Seu nome verdadeiro é Altamira Rodrigues Sobral. "Tive que mudar de nome para poder trabalhar, junto ao Partido Comunista, nos cuidados da casa de segurança do Prestes". Mas é o nome Maria que está nas certidões de nascimento dos filhos. "Fui para a maternidade como mãe solteira, pois não podia dizer quem era o pai."

Alguém da platéia questionou como era "esse negócio" de dizer que comunista comia criancinha. "Eu acho que era o contrário, eles faziam criancinha". E todos caem na gargalhada. Dona Maria sabe do que está falando, em 40 anos ao lado de Prestes teve nove filhos.

"Através deste documentário o público têm a oportunidade de conhecer a história do principal líder comunista do país. A vida de Prestes está intrinsecamente ligada aos fatos políticos que ocorreram no Brasil nos últimos 100 anos", afirmou Adriano Diogo que esteve presente ao debate, ao lado de Mariana Ribeiro Prestes, filha de Prestes e Di Moretti, roteirista do filme.

"O Velho" encerrou o Ciclo de Documentários que foi promovido pela Mostra de Cinema da Zona Leste, durante o mês de novembro. A mostra ocorre desde Julho e já alcançou um público de aproximadamente 1.600 pessoas. "Estamos atingindo nosso objetivo que é cativar platéias que dificilmente vão ao cinema e colaborar com a formação cultural da população carente", afirma Adriano Diogo, coordenador da mostra.

O sucesso é tanto que esta mesma experiência está sendo levada para outros lugares. O filme "Machuca", de Andrés Wood, será exibido neste sábado, 26/11, às 17 horas, no Sesc Ipiranga; e domingo, 27/11, às 15 horas, no Cinefavela, em Heliópolis. "Em 2006, sempre com o apoio do Sesc, vamos levar cinema para a favela da Vila Prudente."

adiogo@al.sp.gov.br

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