DA REDAÇÃOUm dos temas tratados pela Comissão de Esportes e Turismo da Assembléia, presidida pelo deputado Marquinho Tortorello (PPS), foram os recursos destinados ao setor dos esportes no Estado.Para o secretário de Juventude, Esporte e Lazer, Lars Grael, presente a uma das reuniões da comissão, faltam recursos para sua pasta. Ele afirmou, entretanto, que seu objetivo não é reclamar da falta de verbas, mas propor soluções, como, por exemplo, a efetivação de parcerias. "O esporte chega ao cidadão como uma forma de combate à violência, uma vez que proporciona lazer aos jovens. Exemplo disso é o programa desenvolvido pela prefeitura de São Caetano que investe em seus jovens e teve reduzido os índices de criminalidade."Grael lembrou que sua pasta tem alguns programas agregados à ciência e tecnologia e outros voltados a deficientes físicos. "Também queremos diagnosticar os conjuntos esportivos do Estado, pois sabemos que a maioria está deteriorada e nossa prioridade é investir em reformas e construir apenas em localidades que não possuem qualquer espaço desse gênero."O secretário citou as parcerias que a Secretaria implementou com a Unilever, para a cobertura de quadras, e com a BMF, para a reestruturação do estádio Ícaro Mello (Ibirapuera).Esporte x Orçamento "A restrição orçamentária ao esporte é uma tendência nacional. Ao menos temos uma dotação maior que a do Ministério", respondeu Grael a questionamento do deputado Enio Tatto (PT). O secretário disse que é preciso inverter a ordem e mostrar que o esporte tem que constar na agenda de um governo sério.Sobre outra pergunta de Tatto, o secretário confirmou que existe mercantilismo nos Jogos Abertos do Interior e, para minimizar o problema, foram instituídas oito ouvidorias. "Pretendemos mudar o regulamento, para contar com a participação de federações esportivas que se comprometam em atestar a origem dos atletas, de forma a coibir a importação de esportistas de outro Estado", disse Grael, apontando que outra proposta é a realização dos jogos no mesmo período em cada Estado. "A coincidência impediria que atletas de fora competissem em São Paulo", disse. Ao deputado Rogério Nogueira (PDT), o secretário informou que há meios de se investir no esporte com parte de verbas excedentes da educação. "É o caso de Sertãozinho, onde os terrenos destinados à construção de espaços esportivos foram incorporados a escolas municipais e, portanto, implementados com recursos da educação, porém também utilizados por alunos dessas escolas." Grael concluiu sua exposição concordando com o deputado Turco Loco (PSDB) no que diz respeito à participação dos atletas nos setores públicos. "A gestão do esporte tem que ser feita por alguém comprometido com a prática."Fórum PermanenteEm fevereiro de 2003, a comissão preparou o debate de um Fórum Permanente que discutiu o esporte como forma de prevenção à violência. Segundo idéia do petista Donisete Braga, além das autoridades públicas do setor esportivo, o evento contaria com a participação de professores, jogadores profissionais e cronistas esportivos que enfocariam as crianças e adolescentes como alvo das políticas públicas de incentivo.Gilson de Souza (PFL) complementou a proposta de Braga afirmando que os recursos para a implantação das medidas de fomento poderiam advir de uma Loteria Esportiva vinculada à Caixa Econômica Estadual, objeto de um projeto de lei de sua autoria. Tortorello apoiou a idéia, lembrando os resultados positivos que o município de São Caetano do Sul obteve com a implantação de política semelhante. "Tivemos sensível redução nos índices de criminalidade e grande economia nos gastos de Saúde Pública", argumentou.Eventos realizados pela Comissão de Esportes e Turismo durante 2003- 26/8 - Reunião extraordinária, com a participação do secretário da Juventude, Esportes e Lazer, Lars Grael, que apresentou à comissão os projetos da sua Pasta;- 10/12 - Apreciação de projetos de lei constantes na pauta.