Malou trata pictoricamente flores, frutos ou aves como se fossem "personagens"

Emanuel von Lauenstein Massarani
14/10/2003 14:00

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Maria de Lourdes Rodrigues Pombo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Malou Pombo141003.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Uma espiral de tempo, de espaço, de sentimento e de cor flui da palheta cromática de Malou, que libera cores harmoniosas que se condensam numa pintura substanciosa e elaborada. Com sensibilidade, a artista fixa sobre a tela flores, naturezas-mortas, aves e paisagens.

Tendo em vista os efeitos plásticos, o cromatismo e o equilíbrio tonal de que são revestidos, uma nota particular deve ser atribuída às suas naturezas, às quais imprime movimento, tanto de considerar flores ou frutas como se fossem "personagens".

Resultado de uma escala de emoções, encontramos em suas obras uma vontade de comunicação em relação à liberdade formal. Seus enquadramentos espelham uma condição pictórica vivida em absoluta espontaneidade. A protagonista principal dos quadros de Malou é sobretudo a cor que utiliza. Sua palheta se impregna de impastos através de uma regia estimulada pela pesquisa e pelas prospecções.

A artista reúne suas flores, seus frutos ou suas aves numa cenografia natural, na qual encontra uma solução bem distribuída e equilibrada. A temática e a cor de Malou interagem em perfeito entrelaçamento. Nada de pesquisa artificial e factual, o real é apresentado tanto na forma quanto na tonalidade.

Em sua obra Helicônias, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, as flores constituem uma síntese da beleza de um vasto jardim de primavera. Sua pintura de perfumes da natureza, de murmúrios, de nuances e de tranqüilidade se exprime com uma técnica precisa e com a potência variada e vibrante de suas cores.

A artista

Malou - pseudônimo artístico de Maria de Lourdes Rodrigues Pombo - nasceu em 1953 em São Paulo. Seu gosto pela pintura vem desde criança, quando adorava rabiscar com lápis coloridos. Formou-se professora de 1º grau em 1974. Lecionou por pouco tempo, logo passando para a área administrativa como auxiliar de direção. Durante certo tempo pintou em tecidos, passando depois a pintar no gesso e em vitrais. Sua primeira tela foi executada em 1982, quando teve contato com a tinta óleo, embora pintando como autodidata.

A partir de 1996 freqüentou workshops e ateliês, passando por vários professores de diferentes tendências e aprendendo técnicas as mais variadas. Hoje mantém um ateliê em sua residência.

Participou de diversas exposições, individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Bibliotecas Municipais do Estado de São Paulo (1996 a 1998); Caixa Econômica Federal, São Paulo (1998 a 2001); II Salão Internacional Virtual das Artes Plásticas, onde recebeu o Prêmio Brazil-Art (2000); Espaço Cultural Fat's Engenharia e Consultoria (1998 a 2002); 16ª Mostra de Arte da Granja Viana; Museu de Arte na Rede, Nova Friburgo, RJ (2002 e 2003); "Nova Era Cultural", Centro Cultural Aricanduva, SP (2003); Espaço Cultural V Centenário, na Assembléia Legislativa de São Paulo (2003). Recebeu ainda diversos prêmios, entre eles no 1º Concurso Cultural Pintura em Tela da Editora On Line e no Concurso Artemaio 2003.

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