Tema Qualidade de Vida encerra seminário sobre gestão de pessoas


16/10/2008 19:48

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Ana Cristina Limongi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2008/QUALIDADE DE VIDA Ana Cristina Limongi (1)MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Geraldo J. H. Amaral  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2008/CASES-SEM SAUDE Geraldo J H Amaral MMY.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público acompanha o último dia do seminário Gestão de Pessoas no Setor Público - Desafios e Experiências<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2008/QUALIDADE DE VIDA PUBL MAU_3978.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Eliete Bernal Arellano<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2008/QUALIDADE DE VIDA Eliete Bernal (3)MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

No último dia do seminário Gestão de Pessoas no Setor Público - Desafios e Experiências, o tema abordado foi a importância da qualidade de vida. O seminário, moderado por Elci Pimenta Freire, assessor da diretoria de Recursos Humanos da Alesp, foi aberto pela professora-doutora Eliete Bernal Arellano, que atua nas áreas de qualidade de vida no trabalho e comportamento humano.

Em sua exposição, Eliete Arellano afirmou que a qualidade de vida no ambiente de trabalho, segundo a Organização Mundial da Saúde, é "a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e no sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações". Ela discorreu sobre a evolução das relações de trabalho da Revolução Industrial aos dias de hoje e sobre a pesquisa que fez em 44 empresas sobre a aplicação de propostas de melhoria da qualidade de vida no trabalho.

Segundo a professora, "a qualidade de vida no trabalho tem como objetivo principal a busca de equilíbrio psicológico, físico e social dos empregados dentro do contexto organizacional, considerando as pessoas como seres integrados em três dimensões através de ações que refletem em um aumento de produtividade e na melhoria da imagem da empresa tanto no contexto interno quanto externo, levando a um crescimento pessoal e organizacional".

Ela referiu-se à pesquisa também sobre a aplicação de propostas de melhoria da qualidade de vida no trabalho, para diminuir os índices das cinco maiores causas de incapacidade no trabalho, que são psiquiátricas, como depressão, abuso de drogas e álcool. Eliete Arellano falou ainda que o maior bem-estar do funcionário leva a uma maior produtividade, mas para o estabelecimento desta meta deve haver diálogo e pesquisa sobre a qualidade do clima organizacional.

Os desafios da motivação de funcionários de empresas públicas, disse a professora, são específicos, pois o desempenho não é premiado ou punido, mas ela destacou que o salário é importante, pois ele deve ser compatível com o mercado e justo internamente e deve haver espaço para o crescimento pessoal e profissional.

Psicóloga organizacional, a professora-doutora Ana Cristina Limongi França, que é coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho da FEA/USP, afirmou que a qualidade de vida passa por mudanças, sejam pessoais ou organizacionais, e que os dias atuais trazem novo desafios na busca do bem-estar. Até mesmo a recente crise financeira mundial foi abordada, por ter impacto em todas as camadas sociais pois, segundo a professora, ela se deve à falta de capitalização efetiva de pessoas e empresas, levando à falência do livre-mercado, criando um novo cenário que impacta de múltiplas formas a experiência da vida profissional e pessoal.

Atualmente, as expectativas de alta performance requerem um novo aprender e desaprender sobre as condições de vida dentro e fora do trabalho, e os desafios neste terceiro milênio são a competitividade e a necessidade de se qualificar para o futuro, os impactos da alta tecnologia. Assim, a gestão de qualidade de vida no trabalho deve buscar o equilíbrio entre os hábitos saudáveis e as condições de trabalho.

Para se obter a saúde na organização, a gestão de pessoas deve manter o ambiente saudável e produtivo. A falta de qualidade de vida no trabalho leva os funcionários a apresentarem sintomas, como insônia e depressão, síndromes, como a do pânico, e cardiopatias.

Os gestores em nossos dias vivem o dilema entre trabalho, salário e resultados, o que os leva a deixar de lado a vida pessoal e a família, ficando com a qualidade de vida, portanto, prejudicada. Saídas para isso seriam trabalhos em prol da responsabilidade social, a procura do auto-conhecimento e a valorização da inteligência emocional.

Portanto, para a professora Ana Cristina, para a construção de uma nova racionalidade é necessário criar uma janela para a qualidade de vida, com programação do futuro pessoal, assimilação de novas tecnologias e valorização das necessidades básicas do ser humano: família, sobrevivência e amor. Devemos, assim, aprender a ser "eternos aprendizes".



Semana de Saúde



No último bloco do seminário, o médico Geraldo José Henrique Amaral, diretor do Departamento de Saúde e Assistência ao Servidor da Assembléia Legislativa de São Paulo, falou da experiência desenvolvida desde 1998, com a realização anual da Semana de Saúde.

A primeira edição da Semana começou apenas com a dosagem sanguínea de colesterol e a partir dos anos seguintes os funcionários passaram a ter acesso também à avaliação da dosagem de glicemia, de riscos de obesidade, a orientações dietéticas, de saúde bucal e de saúde no ambiente de trabalho, além da campanha de doação de sangue. Uma média de 500 pessoas têm participado, a cada ano, dessas atividades, que tiveram como grande incentivador o médico Valter Kisukuri, do quadro da Assembléia.

Amaral salientou que as informações colhidas durante os eventos auxiliaram o departamento a planejar e executar campanhas que pudessem atender às questões de saúde mais recorrentes entre os participantes, cabendo destaque ao Programa Permanente de Controle de Tabagismo, que oferece aos servidores da Assembléia acompanhamento com consultas semanais e medicamentos gratuitos. Outra linha de trabalho é a imunização, como a recente vacinação contra a rubéola, que conseguiu atingir um grande número de homens, o que costuma ser um desafio nas campanhas dos serviços públicos de saúde.

O departamento de saúde prevê, para a próxima Semana de Saúde, vacinação contra tétano, programa de climatério e orientação postural. A atenção aos problemas de postura, decorrente de horas de trabalho à frente de um computador, por exemplo, foi tema do debate que se seguiu à exposição. Amaral informou que tem feito esforços para que a ginástica laboral volte a integrar as atividades do Serviço Técnico de Medicina do Trabalho. Outra preocupação do departamento é implantar um programa de saúde mental, já que questões ligadas a essa área são constante motivo de licença médica entre os funcionários. Planeja-se, também, a identificação de grupos de risco para doenças cardiovasculares e para câncer na cavidade bucal.

O seminário Gestão de Pessoas no Setor Público - Desafios e Experiências realizou-se na Assembléia Legislativa entre os dias 14 e 16/10, e foi organizado pelo Departamento de Recursos Humanos, em parceria com o Instituto do Legislativo Paulista (ILP). O seminário teve três eixos temáticos, com palestras de especialistas, apresentação de experiências e debates, e abordou os temas desenvolvimento pessoal, comunicação interna e a importância da qualidade de vida.



Orquestra ilustra conceitos discutidos



A performance da Filarmônica Nacional, sob a regência do maestro Walter Lourenção, encerrou com chave de ouro o seminário, ilustrando, com a execução de temas musicais, os conceitos gerenciais discutidos durante o evento, e ensinando o quanto de emoção e razão deve ser colocado no trabalho para que a criatividade apareça.

A orquestra recebe esse nome porque já se apresentou em todo Brasil, utilizando músicos locais que se incorporam à orquestra " nas apresentações em São Paulo é composta por músicos da Sinfônica da USP, Osesp, Unicamp e do Teatro Municipal de São Paulo. Seu repertório inclui música clássica e jazz.

O maestro começa a apresentação falando sobre a importância da afinação dos instrumentos: "Tecnologia acumulada em centenas de anos, afinada por gente com virtuosismo técnico e que sente um enorme prazer em não errar nunca. É mentira que errar é humano. Acertar é humano". Em seguida, pede que os músicos comecem a executar uma peça, cada um seguindo o seu próprio ritmo biológico, "desconectados entre si". Claro que há uma confusão e o maestro pede que eles toquem novamente, desta vez seguindo a orientação do maestro, "conectados, trabalhando em equipe". Imediatamente o público reconhece a abertura da ópera Carmen, de Bizet, mas o maestro ainda não está satisfeito. Lourenção pede que os músicos repitam a abertura, mas tocando agora com emoção. O público percebe que há uma grande diferença, para melhor, entre a música tocada sem erros e, em seguida, tocada com emoção. Com esse exercício, o maestro consegue provar que a emoção é fundamental para o trabalho da orquestra e, por extensão, para qualquer trabalho.

Ao final da apresentação, a filarmônica emocionou o público, composto em sua maioria por pessoas que participaram do seminário, ao executar o Hino Nacional convidando os presentes a cantarem. O maestro rege a todos, orquestra e músicos, e encerra a exibição cumprindo a missão didática de ilustrar os conceitos de "conectividade e trabalho em equipe", a que se propõe a Sinfonia Empresarial.

alesp