Barba: um manifesto ecológico que pinta com autonomia e liberdade espiritual A força do pintor Barba reside no seu potencial. Possuindo um agressivo lirismo comunicador, exprime-se, aparentemente - como na maioria dos artistas chamados de "naifs" -, aquém da cultura, mas na realidade vai muito além, isto é, superando o dado formal alcança um empenho de natureza essencialmente ética. A palheta desse artista possui cores brilhantes, as suas formas um equilíbrio instintivo e a narração é mantida sobre o fio do sentimento e da suavidade. Barba considera cada quadro seu um manifesto ecológico, um grito de alarme, um desafio de protesto contra a desonestidade e as malversações. Os elementos culturais de sua arte possuem raízes profundas exatamente no genuíno encanto da terra paranaense. As árvores, as flores, os frutos, a terra, os metafísicos e sonhados personagens que povoam suas telas constituem um mundo poético que a contaminação não privou de genuinidade. Insatisfeito consigo mesmo e com as coisas que o circundam, está sempre pronto a se revelar. O seu "ego" conserva a autonomia e a liberdade espiritual, possuidor que é de uma grande fantasia e uma viva inteligência. Desde sempre suas obras revelam profundo amor pela natureza. Encontramos em sua pintura uma raridade de sons que acompanha as notas tocantes de uma melodia. O ouvido, sensibilizado pelo sugestivo transporte das notas musicais, consegue no final ritmo e ampla harmonia. As obras "Colheita de arroz" e "O risco", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, refletem o lirismo de Barba, característico tanto na natureza do estilo quanto da pesquisa. Sua ética quanto seu empenho de comunicar possuem tensão de natureza fortemente individual. O Artista Barba, pseudônimo artístico de Sebastião Carmo Pinheiro, nasceu em 1948, na cidade de Bandeirantes, Paraná. Aos oito anos de idade seu talento já despontava em desenhos e pinturas infantis. Com 19 anos foi morar em Curitiba. Mais tarde fixou residência em São Paulo, para trabalhar como mecânico. Paralelamente, intermeava seu tempo para pintar. A partir de 1969 começou a expor nas praças públicas da capital. A seguir participou de inúmeras exposições, no Brasil e no exterior, destacando-se, entre elas: Museu Naval da França (1972); Trienal da Bratislava, Eslováquia (1974); Museu Nacional de Belas-Artes, Santiago do Chile; Galeria Charlote, Munique, Alemanha (1975); Festa de Cores, Masp, São Paulo (1976); Evento Uruguaio Brasileiro de Artes, Montevidéu, Uruguai; Bienal Internacional de Roma, Itália (1979); Festa de Cores S Fine Art Gallery, Londres, Inglaterra (1980); Museu Internacional de Arte Naif Anatol Jakovski, Nice, França; Galeria La Pingina, Centro Cultural da União Católica, Roma (2001). Recebeu inúmeros prêmios e honrarias por sua participação em salões de artes, mostras nacionais e internacionais. Por seu trabalho no campo das artes foi homenageado com o título de Personalidade do Ano de 1989, pela Câmara Municipal de Barueri. Possui obras em acervos particulares e oficiais no Museu da Pintura Naif Brasileira, Assis, SP; Museu Lemos Brito; Hebrtown, Louzange (USA) e Uoyhaxss (USA) e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.