Nenhuma outra ocasião poderia ser mais propícia para o Palácio 9 de Julho receber uma mostra grandiosa como a de Haijime Higak (1908-1998). Homenageando simultaneamente o artista e a Bienal Internacional de São Paulo, a Assembléia Legislativa recebe 42 trabalhos, numa exibição que permanece de 25 de outubro a 5 de novembro no Espaço V centenário.

Hajime - participante da primeira edição da Bienal, em 1951 - foi um pintor influente na comunidade nipônica em São Paulo, tendo participado da fundação do renomado grupo Seibi de Artes Plásticas. Seus quadros refletem o encantamento de um nascido no Japão diante da exuberância da paisagem brasileira: flores, cachoeiras e cidades como Ouro Preto e Salvador são algumas das temáticas recorrentes.

"Tenho um carinho especial pelo quadro de Girassóis, premiado diversas vezes", conta Shizue Higaki, filha do pintor. No coquetel de abertura estiveram presentes diversos artistas da comunidade, como Sakuko Miyashita, Emília Tanaka, Inez Shibata, Kyoko Fukagawa e Emilia Tanaka.

Segundo o superintendente do acervo artístico da Assembléia Emanuel Von Lauenstein Massarani, "Higaki é o poeta da natureza, das coisas bonitas, das coisas verdadeiras. É o poeta que canta com as cores". O acervo do Palácio 9 de julho possui atualmente três obras do pintor doadas por sua família: "Morro de Santos" (1950), "Casa em Demolição" (1960) e "Sítio em Guarulhos" (1994).