A primeira impressão que temos ao observar a pintura de Edson Teigi é aquela de uma grande serenidade de dimensões ilimitadas. O artista não hesita recorrer a soluções formais, como a ruptura dos planos e a decomposição rítmica do tema central, que lembram as antigas estampas japonesas, naturalmente em linhas contemporâneas.Em tal modo se formam espaços planos e contrastantes de curiosas manchas de cores que lembram a estética das colagens, que constituem o tecido cromático da paisagem e que, semelhantes a rios de cor aplicados sobre a tela, a impregnam de uma surpreendente magia.Teigi tece a trama de seus contos enfocando exemplares da fauna terrestre, atento não tanto ao animal que o fascina, mas às suas metamorfoses e mutações, num espaço que não é mais de realidade, mas no qual toma sempre mais forma uma condição, um estado de sensibilidade, uma própria solitária e serena meditação.Ora a tensão, ora o choque, ora o encontro, esses fragmentos de cor tendem a encontrar um ponto central, o espaço onde, como sobre um "ecran", o pintor transcreve sua vida cotidiana de ser humano. Assim, como a cor se delineia na substância real do tempo - feita de desacertos e reencontros, de silêncios e descobertas, de vazios e doces presenças, de feridas e de carícias, de dilacerações e de sonhos - assim como se torna gesto carregado de nós mesmos, ela se transforma em pintura.Através da obra "O Leão", doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, Teigi deixa aflorar as imagens e os sinais de seu interior, sem nenhuma preocupação, senão aquela de ser verdadeiro, autêntica testemunha, quem sabe de uma fábula ainda possível, como a história do "Rei da Selva", como a nossa história num mundo melhor. O ArtistaEdson Teigi Hirae nasceu em Maringá, Paraná, em 1959. Filho de pai farmacêutico, também artista plástico, e de mãe imigrante do Japão, teve na infância forte influência da escola oriental (Nihongako). Mudou-se para o Mato Grosso do Sul e mais tarde cursou o ginásio no Instituto Americano de Lins, onde aprendeu marchetaria, marcenaria e artes em geral. Estudou em São Paulo no Instituto de Arte e Decoração, simultaneamente com a Escola Panamericana de Artes, onde formou-se com distinção. Freqüentou, também, a Universidade de Marília, onde concluiu o curso de Educação Artística.Realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se entre outras: Galeria SENAC de Novos Artistas, Marília; II Exposição de Artes de Pereira Barreto, São Paulo (1990); "Arte-Natureza", Pereira Barreto; Expoatração de Arte, Ilha Solteira (1991); Mostra de Artes Casa da Cultura, Ilha Solteira; "Cor, Ritmo e Movimento", Casa da Cultura Cora Coralina, Andradina; IX Congresso da Sociedade Botânica de São Paulo, Ilha Solteira; Casa da Cultura, Ilha Solteira (1992); Casa da Cultura, Ilha Solteira; IV Mostra Municipal de Arte e Artesanato da Estância Turística de Presidente Epitácio (1996); UNESP, Ilha Solteira; Câmara Municipal de Ilha Solteira; Centro Municipal de Aprendizagem, Ilha Solteira (2001); Galeria Ponto das Artes, São Paulo; I Exposição de Belas Artes, Ilha Solteira; Ipê Park Hotel, Ilha Solteira; Espaço Cultural Anglo, Ilha Solteira (2002).Participou, ainda, dos seguintes salões oficiais no Estado de São Paulo: I, II e III EXPOARTIS de Ilha Solteira (1982, 1984 e 1985); XI, XII, XIII, XIV e XV Salão de Verão de São José do Rio Preto (1992, 1993, 1994, 1995 e 1996); XXX Salão Ararense de Artes Plásticas Contemporânea, Araras; XV Salão Oficial de Belas Artes de Matão (1992); X Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente (1995); Mapa Cultural Paulista - Ilha Solteira (1996, 1998, 1999 e 2000).Possui obras em diversas coleções particulares e oficiais, notadamente no Acervo Artístico da Assembléia do Estado de São Paulo.