Palestra aborda histórico da solidariedade em São Paulo


28/01/2004 20:00

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Histórico da solidariedade é tema de palestra na Assembléia Legislativa <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/jorgecaldeira3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Segundo o escritor Jorge Caldeira, a solidariedade exige inverter a ordem do cotidiano<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/jorgecaldeira2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Escritor Jorge Caldeira e deputado Arnaldo Jardim <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Jorgecaldeia.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

Em encontro realizado nesta terça-feira, 27/1, por iniciativa do deputado Arnaldo Jardim (PPS), o escritor Jorge Caldeira proferiu a palestra intitulada "Cidade de São Paulo". Jornalista, mestre em Sociologia pela USP e autor de livro sobre a vida de Noel Rosa, Caldeira fez um relato sobre o histórico da solidariedade e do voluntariado na cidade que acaba de completar 450 anos de fundação.

Segundo Caldeira, a solidariedade exige inverter a ordem do cotidiano. Trocar a luta diária pela sobrevivência por dividir o pão. "A solidariedade é uma ação que une paulistanos através das diferentes épocas", disse Caldeira, lembrando que há 450 anos a cidade era uma casinha e uma aldeia. "Todos os moradores de São Paulo eram casados com índias, a exemplo de João Ramalho, que possuía várias esposas. Esse fato lhe proporcionou poder, o que lhe permitiu organizar a fundação de São Paulo."

O primeiro exemplo de voluntariado veio de Domingos Luiz, um carvoeiro que construía capelas gratuitamente para os menos favorecidos. Maria Isabel Fernandes foi autora da primeira doação de que se tem registro, em 1599, deixando um mil réis de herança para a Santa Casa, montante que a instituição levou sete anos para receber em razão da burocracia necessária para a regularização. Guilherme Almeida doou o dinheiro para a construção do primeiro hospital de Santana do Parnaíba. Até mesmo estradas eram construídas em processo solidário.

Após 1700, a descoberta do ouro alterou o quadro paulistano e a cidade, que vivia da agricultura, passou a ser um ponto de apoio para caravanas que partiam rumo a Minas e Goiás.

Em meados do século XIX, as ações solidárias passaram a ter um novo princípio, capacitar ao invés de apenas doar. O Instituto Ana Rosa e o Liceu de Artes e Ofícios seguiram essa linha. No século XX, seguiu-se esse princípio.

De acordo com Caldeira, rumo ao século XXI, a solidariedade acontece em rede, como o projeto Mesa Brasil, cuja distribuição de material é coordenada pelo Sesc, que conta com 170 entidades doadoras e 172 recebedoras, atendendo cerca de 37 mil pessoas/dia. "Esse é o lado humano da cidade, o imperativo da solidariedade que nos liga ao passado."

alesp