Seminário discute prevenção e tratamento de fissuras labiopalatais


01/03/2007 17:14

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1º Fórum Científico sobre Fissuras Labiopalatinas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/SeminaFissuras-Rob-060.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputado Carlos Neder (ao centro)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/SeminaFissuras-Rob-dep neder01.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Especialistas debateram na manhã desta quinta-feira, 1º/3, na Assembléia Legislativa, o tratamento dos portadores de fissura labiopalatina no país, estimada como o terceiro defeito congênito facial mais freqüente. A ocorrência da fissura é de uma para 600 a 650 crianças nascidas.

Segundo os estudiosos, é necessário que as autoridades brasileiras adotem ações para garantir a prevenção e o tratamento adequado dos portadores da deficiência.

Além de pleitear a formação de um programa nacional de prevenção e tratamento, com a criação de equipes multidisciplinares instaladas em hospitais, universidades e centros especializados, os especialistas na área destacaram a importância de o governo destinar verba para estudos e pesquisas científicas com a finalidade de aprimorar o tratamento dos pacientes. As equipes, formadas por cirurgião-dentista bucomaxilofacial, odontopediatra, ortodontista, pediatra, cirurgião-plástico, geneticista, neonatologista, nutricionista, fonoaudiólogo e psicólogo, entre outros, darão um tratamento adequado ao paciente, explicam os técnicos. Outro ponto destacado é a orientação que deve ser dada aos pais, que poderá evitar muitos problemas para o portador da deformidade, como a inadequação social.

Durante o encontro, os participantes do 1º Fórum Científico sobre Fissuras Labiopalatinas assinaram documento encaminhado ao deputado Giba Marson (PV), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia, solicitando que seja apreciado, ainda na atual legislatura, o Projeto de Lei 6/07, de autoria do deputado Carlos Neder (PT). Nesse projeto, Neder propõe a criação da Semana Estadual de Educação, Conscientização e Orientação sobre a Fissura Labiopalatina. Ele diz que o objetivo dessa proposta, que contou com o apoio da Associação Brasileira de Fissuras Palatinas, é desenvolver políticas públicas de apoio aos portadores de fissuras desse tipo. "Pretendemos realizar nessa semana um conjunto de atividades envolvendo secretarias e universidades estaduais, associações e conselhos representantes das categorias ligadas ao tema, na busca do enfrentamento deste problema", afirmou.

Segundo Lucy Dalva Lopes Mauro, fundadora e diretora clínica do Centro de Reabilitação das Deformidades Faciais e presidente da Associação Brasileira de Fissuras Palatinas, entidade organizadora do fórum, a atuação da equipe multidisciplinar na promoção da saúde pode ser avaliada pelo menor tempo de internação da mãe e do paciente, menor número de cirurgias e melhores resultados estéticos. Ela declarou que a inclusão social dos pacientes será maior através de uma política governamental de atendimento precoce às famílias, desde o pré-natal.

Vera Raposo do Amaral, presidente do Instituto de Cirurgia Plástica Craniofacial, disse que é necessário rever a situação social e legal em que se encontra o portador da fissura. "O governo ainda não tem uma política definida para este individuo, que é um portador de necessidade especial. Não é necessariamente um doente, não é um deficiente, mas necessita de uma atenção interdisciplinar desde seu nascimento até os 15 anos de idade", afirmou. Ela lembrou que não existe uma lei que coloque o portador da fissura labiopalatina como portador de necessidades especiais. Portanto, esse indivíduo permanece no limbo. "Ele precisa ter atenção até para se integrar socialmente e no mercado de trabalho", concluiu.

alesp