Edgar Duvivier: a vida e a realidade foram a fonte de inspiração do escultor


18/10/2007 09:44

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Edgar Duvivier<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Edgar Duvivier corte.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Edgar Duvivier foi um escultor que desde os primórdios se ligou a uma tradição realista. Desse modo, além de um excelente bom gosto, desenvolveu uma visão mais completa na escultura, que da herança do século XVII ultrapassou a poética do século XVIII, sem solução de continuidade.

A ascendência dos escultores clássicos, a direta observação do "verdadeiro" e um sentimento poético feito de delicadeza e de sensualidade sempre caracterizaram a sua obra, com uma seqüência até sua morte. A própria vida, a realidade de seu próprio habitat, foram fontes inesgotáveis de inspiração.

Se alguém insinuasse que o escultor fosse um seguidor do arcaísmo, a resposta de Edgar Duvivier não seria de um cego lirismo; ele identificava a metamorfose do passado num processo de criação atual, metamorfose que se efetuava em parte na imagem poética do mundo arcaico concebida pelo próprio artista.

O conhecido historiador da arte A. M. Hammacher costumava dizer que: "o artista, que por assim dizer, se sentiu atraído pelo passado, transmite mais força à imagem que se formou dentro de si. Não é o objeto em si que constitui a essência da influência, mais sim o processo de renovação e de confirmação à qual toda influencia verdadeira, produzia. Assim, o objeto e sua projeção na nova obra de arte podem ser estabelecidos e descritos, mas não podem ser explicados".

Como na obra O abraço, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, pela filha do escultor, Eduarda Duvivier, essa imagem não consistiu no resultado de um estudo intelectual: ela nasceu, antes de tudo, do poder criador e do estado de alma do artista.



O artista

Edgar Duvivier nasceu em 1916, no Estado do Rio de Janeiro, e faleceu em 2001. No ano de 1944, iniciou seus trabalhos de escultura como autodidata. A convite do professor de arte Gaston Manoel Henrique, lecionou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Brasília, no Distrito Federal, em 1970.

Participou de diversos salões e de inúmeras exposições no Brasil e no exterior: Salão de Arte Sacra, Rio de Janeiro (1948); Mostra "Cinqüentenária do Vaticano", Roma (1950); Salão Oficial de São Paulo (1953); IX Salão Nacional de Arte Moderna, RJ.; Galeria Marcel Dupuy, Paris (1960); Internacional de Escultura Contemporânea, Paris (1961); Associação Des Amis D'otto Freundlich em Anvers-Sur-Oise, França (1962); Hanegoshi "Rosa Cohen", Londres (1971); Galeria Paulo Klabin, Rio de Janeiro (1982); Galeria 1900-2000, Paris; Galeria Gilda Puletti, San Francisco, Estados Unidos (1984); Galeria de Arte Centro Empresarial e Galeria Anna Maria Niemeyer, RJ. (1985); Museu de Arte de São Paulo (1986); "Tensão", Museu de Arte Moderna, RJ. (1990) e "Primavera", Mostra Noemia e Paulo D'Amico, Roma (1992); Monumento em Bronze à Imperatriz Leopoldina, Quinta da Boa Vista (1997).

Possui obras em vários museus, acervos particulares e oficiais, tais como: Retratos de Monsenhor Schubert, Museu do Instituto Histórico e Geográfico Brigadeiro Eduardo Gomes, Parque do Flamengo, RJ; Monumento a Anchieta, Franca; Escultura em Mármore, Palácio Cardinalício, Sumaré; Museu de Arte Moderna de São Paulo e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp