Assinado termo de imissão de posse da Fazenda da Candinha


20/05/2008 10:27

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José Cândido e Edson Santos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2008/JOSE CANDIDO SEPPIR.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

José Candido (PT) participou nesta segunda-feira, 12/5, da cerimônia de assinatura do termo de imissão de posse da Fazenda da Candinha, onde será construído um centro de preservação da cultura negra. A solenidade aconteceu no Centro de Educação Ambiental "Virgínia Ranalli", em Guarulhos, e contou com a presença do ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos.

Organizada pelo prefeito da cidade, Elói Pietá, a cerimônia reuniu militantes do movimento negro e de religiões de matrizes africanas de toda região. A emenda parlamentar que vai possibilitar a compra da área é de iniciativa da deputada federal Janete Pietá. Segundo Elói, os proprietários já receberam 50% do valor e os outros 50% devem ser quitados em breve.

Além do centro de preservação da cultura negra, que estará aberto à visitação pública, o local será transformado em uma unidade de preservação ambiental.

Às vésperas do dia 13 de Maio, dia da Abolição da Escravatura, as autoridades presentes falaram sobre a conquista do espaço para a comunidade negra. "Os guarulhenses e toda a comunidade negra devem se orgulhar. Nossa história, a história do povo negro, tem que ser resgatada. Oxalá que mais sítios como este sejam preservados e toda a comunidade tenha acesso à verdadeira história do negro no Brasil", declarou José Candido.

Janete Pietá afirmou que foram anos de trabalho para a concretização do "sonho de se ter um espaço que é um pequeno símbolo da reparação ao povo negro em Guarulhos e região". A deputada falou também sobre a ausência do negro no Congresso. Segundo ela, o número de afrodescendentes naquele Poder não ultrapassa os 4%. Já o prefeito de Guarulhos, Elói Pietá , afirmou que o país tem uma "grande dívida com os afrodescendentes e com a África".

O ministro da Seppir, Edson Santos, fez um breve relato histórico sobre o 13 de Maio e afirmou que a data "é um marco na luta abolicionista, onde os negros, brancos e índios se uniram contra a discriminação". Santos entende que o processo foi incompleto. "Os escravos deveriam ter recebido terras. Os italianos, japoneses e alemães receberam terras e acumularam riquezas. Em que nível social encontram-se essas pessoas? Já os negros continuam na base da pirâmide", afirmou o ministro.

Ao final do encontro, Edson Santos assinou como testemunha o termo de imissão de posse da Fazenda da Candinha.



jcandido@al.sp.gov.br

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