Fernando Durão opera definição crítica do espaço e cada quadro tem sua autonomia

Acervo Artístico
23/08/2005 16:17

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Fernando Durão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Fernandodurao.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra "sem título " cód. 199.55", doada ao Acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/duraoobra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A fim de produzir uma mensagem intencional, Fernando Durão centraliza sua pesquisa plástica sobre a eliminação consciente e voluntária de todo e qualquer elemento a efeito pictórico supérfluo. Outro enfoque de sua busca é a censura de toda e qualquer referência simbólica ou literária, de imagem expressa, como juízo de outras imagens naturalistas e físicas, que compõem a visão do mundo de nossos dias.

O juízo sobre como e o que hoje é objeto de comunicação no campo plástico é de ordem histórica. Trata-se de uma opção cultural que sugere o interesse individual para colocar sua obra como atualidade produtiva e crítica. Esse processo de decantação trouxe para a indicação pontual, nos últimos anos, um discurso unitário, inteligente, enquanto escolha de um campo e, portanto, não obrigação ou constrangimento por incapacidade técnica ou cultural.

Tais são os elementos que caracterizam a linguagem de Fernando Durão. O primeiro é de uma forma aberta, individualizada como módulo que se desenvolve de um momento mínimo a um máximo de reconhecimento. O segundo elemento é constituído pelo plano da tela, espaço voluntariamente bidimensional, mas concebido como superfície disponível para uma alteração. Módulo e campo se determinam por sua vez.

As dimensões do módulo, sua posição no campo e seu possível deslocamento através de artifícios gráficos, a invasão coral da superfície, a diferenciação dos tempos de articulação indicada pelas diversas cores constituem as principais variáveis através das quais a obra se forma. Cada uma dessas categorias está em relação às outras.

A obra "sem título " cód. 199.55", doada ao Acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, comprova que cada quadro é autônomo e, ao mesmo tempo, representa uma passagem, uma hipótese de estabilidade, uma definição crítica do espaço e, portanto, do homem.



O Artista



Fernando Durão nasceu a 29 de maio de 1952, na cidade do Porto, em Portugal. Em 1970, mudou-se para São Paulo, onde participa de movimentos de artistas jovens. Desenhou tecidos para as indústrias Matarazzo em 1973.

A partir de 1974, participa de diversas exposições individuais e coletivas em São Paulo e Campinas (Brasil), Lisboa, Porto, Gaia e Amadora (Portugal), Stuttgart, Nuremberg, Schwabach e Colonia (Alemanha), North Carolina (EUA), Roma (Itália), New Delhi (Índia), Provence (França), Taiwan, Cuenca (Equador) e em diversos museus do Japão. Em 1976, foi selecionado para a Bienal Nacional. Realizou sua primeira exposição individual no Museu de Arte de São Paulo (MASP), em 1979.

No ano de 1992, expôs na Galeria Cândido Portinari, no Palazzo Phamphili (Roma), e no início do novo milênio, em Nuremberg (Alemanha), e em 2001 realizou a mostra "Magia de Duas Fronteiras", na cidade do Porto, então Capital Européia da Cultura.

Entre outras atividades, Durão é diretor curador da Associação Profissional de Artistas Plásticos do Estado de São Paulo; curador do Projeto Arte na Ferrovia na Estação Júlio Prestes; diretor de arte do Clube Latino-Americano de Papeleiros; diretor de eventos da Galeria do Foto Cine Clube Bandeirante; diretor da Revista Virtual de Artes Visuais e diretor de design da Usina de Arte e Design e Comunicação de São Paulo. Atualmente é presidente da APAP, Associação Paulista de Artistas Plásticos.

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