A arte, a verdadeira arte, é a natureza mais uma alma. E nos quadros de Alfredo Mucci a alma do artista vibra sempre e comove. Em sua obra a dramaticidade é gerada através de uma incisiva presença do desenho e de uma composição fortemente compacta, bem como por um cromatismo enxuto, concentrado e praticamente monocolor. Essencialmente pintor figurativo trata seus temas com grande espontaneidade, envolvidos por uma luz que podemos dizer impressionista. O artista pode ser comparado a um psicólogo que sabe intuir e traduzir sobre a tela certos momentos mágicos que ele próprio cria frente ao cavalete. Alguns críticos de arte salientam que: "Mucci compunha seus quadros onde predomina um cromatismo terroso. Nesse teor está também um dos motivos pelos quais sua pintura é quase triste, de uma melancolia vaga dispersa na atmosfera". Equilibrado e espontâneo Alfredo Mucci permaneceu sempre fiel ao propósito de criar unicamente o que provem do seu intimo sentimento de esteta inato. Versátil, realizou obras de prestigio repletas de intensa espiritualidade, utilizando todo tipo de técnica na sua elaboração. Na obra " O jagunço", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo pelo artista Vagner Campanhan, o artista nos deixou uma pintura espaçosa, concreta e realista que ,entretanto ,.não deixa de nenhum modo a possibilidade de evasão em direção a uma fantástica interpretação. O artista Alfredo Mucci nasceu na Itália, onde estudou pintura e mosaico. Em l953 o artista transferiu-se para o Brasil onde se dedicou à decoração mural, tendo idealizado e executado numerosos painéis a óleo e em mosaico, especialmente no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. É autor do "Compêndio Histórico-técnico da arte do mosaico ", editado pelo "Ao Livro Técnico", do Rio de Janeiro, uma verdadeira obra-prima para a época,com apresentação de Ricardo Averini, professor de História da Arte da Universidade de Perugia, na Itália. Residiu muitos anos em Belo Horizonte, onde realizou inúmeros mosaicos, transferindo " se a seguir para São Paulo e em seguida para a cidade mineira de Extrema, fronteira com nosso Estado, onde deixou importantes obras sobretudo na Matriz local. Realizou diversas exposições de pintura na Itália e no Brasil e suas obras figuram em coleções particulares da Europa, Estados Unidos e Brasil, com destaque no Museu de Arte de São Paulo, MASP e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.