Em sua palestra, sob o tema "A importância da co-geração a partir da biomassa na matriz energética brasileira", o coordenador de energia da Secretaria de Energia e Saneamento, Jean Cesare Negri, apresentou quadros comparativos da produção e consumo de energia nos âmbitos mundial, brasileiro e paulista. Segundo números apresentados por ele, enquanto 13% da energia produzida no mundo vem de fontes renováveis, no Brasil esse percentual chega a 44%, e no Estado de São Paulo vai a quase 50%.São Paulo é um centro transformador de petróleo, mas não produtor, reforçou Negri. Por outro lado, o Estado é responsável por 60% da produção de etanol e de açúcar. No apanhado nacional, São Paulo produz 50% da energia que consome, e, por suas características, a matriz energética paulista, preponderantemente hidrelétrica, é 99% composta de fontes renováveis " a exceção é o gás natural da Bacia de Santos, lembrou o coordenador."No Estado de São Paulo, nos preparamos para elaborar o grande documento de nossa matriz energética. E é possível aumentar em até 20 vezes a participação de energias alternativas", disse Negri. Segundo ele, a biomassa (recurso renovável oriundo de matéria orgânica animal ou vegetal) pode substituir o gás, por exemplo, com redução de gastos. No exemplo dado por Negri, 2.200 megawatts de capacidade térmica de gás poderiam ser trocados por 3.330 megawatts de bagaço, trazendo uma economia de 9 milhões de metros cúbicos de gás por dia.Entre outras vantagens da co-geração estão o fato de não precisar de subsídios, de complementar a geração hidrelétrica nos períodos de seca (a sazonalidade é compatível), e o curto prazo de implantação de usinas desse tipo (cerca de 24 meses).