Regina Dutra revela em sua escultura momentos de reflexão, descoberta e intuição

Emanuel von Lauenstein Massarani
22/10/2003 14:01

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Regina Dutra<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/RDutra81003.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Arcos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/arcosrdutraA221003.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Na escolha que opera, dia após dia, da matéria, Regina Dutra revela um sentido do sacro, incomum nos artistas contemporâneos. Usando inicialmente a cerâmica, o barro, a pedra, e como correspondente dos arquétipos representativos das hodiernas exigências: o metal ou outras ligas, ela funde e procura formas congênitas. Essas formas se soldam numa plasticidade repleta de luzes, sombras e movimento.

Regina Dutra ama com entusiasmo seu métier, que durante muitos anos transmitiu a uma plêiade de jovens. Sua relação física com a matéria constitui um precioso índice de suas qualidades. Escultora e pintora de instinto, ela demonstrou, desde os primórdios de seus trabalhos, um temperamento criativo, aliado a uma força expressiva exemplar.

Em suas esculturas em cerâmica e objetos, intuímos um lance vital, sem inibições, que se traduz em efeitos cromáticos materializados tanto no ferro quanto nas cerâmicas, unidos na elaboração de suas obras.

Não há duvida de que em suas esculturas o componente informal - primeira expressão da sensibilidade da artista - se transforma em componente integrante de uma visão mais complexa do elemento figurativo, evocador por sua vez de tradições ou referências de nossa cultura indígena.

A obra " Arcos ", doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, é uma composição feita em ferro e cerâmica em duas tonalidades, na qual o figurativo é um momento de reflexão, uma descoberta, uma intuição do gesto, do essencial e, por que não, evidência de valor e de aspiração.

A Artista

Regina Dutra, nome artístico de Regina Helena Dutra Rodrigues Ferreira da Silva, nasceu em 1942, na cidade de São Paulo. Nos anos de 1976 a 1987, ministrou aulas de História da Arte na Faculdade de Artes Plásticas, FAAP, e de 1983 a 1986, ministrou aulas de História da Arte na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da PUC de Campinas. Pesquisadora de assuntos culturais, no IDART, Secretaria Municipal da Cultura, nos anos de 1976 e 1977. A partir de 1987, passou a se dedicar exclusivamente às artes plásticas em seu atelier.

Possui obras em vários acervos particulares e oficiais, entre eles: Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Participou de inúmeras exposições, individuais e coletivas, destacando-se entre elas: 8º Salão da Gravura Contemporânea em São Caetano e IV Encontro Jundiaiense de Arte (1975); XI Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba (1978); XII Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba e II Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro, (1979); XV Salão de Arte Contemporânea, Ribeirão Preto e 8º Salão de Artes Plásticas de Rio Claro (1990); Projeto parceiros do Rio Tietê (1991); I Mostra do Espaço Cultural do SESC na Avenida Paulista e XVII Salão de Arte Contemporânea, Ribeirão Preto (1992); "Aquarelas", Museu da Imagem e Som de Campos do Jordão e I Salão Paulista de "Aquarelas", Faculdade Santa Marcelina (1993); Atelier Francesco Domingo, MAC USP e Salão de Arte Adriana Ackel (1995); 1º Mostra de Artes Plásticas, Galeria Mali-Villas Boas, 1ª Mostra do Projeto em Torno, (1997); "I Mostra de Pratos", Companhia Asiática, (1998); 27a Salão de Artes Plásticas Bunkyo, Sociedade de Cultura Japonesa; II e III Salão de Arte e Craft Brasil Japão, Sociedade de Cultura Japonesa e Comissão de Arte Koguei (1998/2000) e 28a Salão de Artes Plásticas Bunkyo (2000).

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