Semana Orlando Villas Bôas debate identidade brasileira

"Cultura é vida". Essa frase foi o fio condutor das considerações da antropóloga Maria Helena Villas Bôas, expositora do painel Cultura e Integração, realizado nesta quinta-feira, 28/4, no ciclo de debates da Semana Orlando Villas Bôas.
No segundo dia de debates do V Fórum Nacional de Identidade Brasileira, que integra a semana, o tema foi a Questão da Identidade Brasileira. O painel teve a participação também do responsável pelo setor de Redes Sociais do Senac, Carlos Lopes, e a mediação da professora e atual presidente do CBCC, Mayra Jacchieri.
Para Maria Helena, a cultura é vida, está sempre em processo de mudanças, não é estática. Como a cultura moderna, nas palavras do pensador francês Balantier, é regida pelo binômio movimento e incerteza, Maria Helena considera que "tendemos a ver a mudança de modo positivo e a permanência de modo negativo", numa alusão à velocidade de mudança que conduz à apreciação da novidade (e por conseqüência, da juventude), e ao abandono do velho (e por conseqüência, do idoso), tido por ultrapassado. Entretanto, da mesma forma que a rapidez homogeneiza as manifestações culturais, de outra parte, há também um movimento pela retomada de diferenças, e uma das formas é o resgate de tradições culturais.
Construção voluntária
Maria Helena deixou claro que não é etnóloga, mas fala das populações indígenas brasileiras com base na experiência que o estudo da antropologia lhe proporcionou. Como o tema é integração, a professora ponderou que processos dessa natureza são necessariamente voluntários, quer dizer, a iniciativa do processo deve ser da própria comunidade interessada. Não é possível falar na integração do índio, porque não há um "índio", mas uma enorme diversidade de populações indígenas, com línguas, mitos, tradições, enfim, culturas próprias. O próprio intercâmbio cultural entre esses povos só pode ocorrer por iniciativa deles próprios. De outra forma, será um processo impositivo e aculturador.
Para isso, serie preciso, primeiro, haver um senso de identificação social. Ela citou como exemplo sua experiência com a população afrodescendente, desde o movimento negro até as atuais ações afirmativas. Não há, para Maria Helena, um critério de identificação simples, como a cor da pele, a religião, o nível socioeconômico. "Todos se mostraram, ao longo dos anos, falíveis, até que, hoje, a auto-identificação parece ser o mais aceitável."
Maria Helena acredita que a auto-identificação cria um senso de adesão ao grupo social, o que pode permitir o avanço de ações nos interesses comuns.
Para a professora, a busca da integração deve se cercar de cuidados para que esta se dê, do ponto de vista jurídico, legal, sem ser um eufemismo, de um lado, de controle, ou, de outro, de descomprometimento, ambos perniciosos para os grupos integrados.
Integração prática
O expositor Carlos Lopes apresentou o Programa de Redes Sociais do Senac. Segundo ele, a experiência do Serviço Social do Comércio em levar às comunidades cursos programados de formação profissional, que funcionou até 1977, não verificava retorno. A avaliação da prática demonstrou que, primeiro, os cursos duravam 6 meses e, então, a entidade seguia para outra comunidade. Não se media o retorno, a eficiência da formação e a entrada no mercado de trabalho.
Com o tempo, o Senac passou a pôr em contato as organizações comunitárias (cujas lideranças muitas vezes não se conheciam, mesmo estando muito próximas) para que encontrassem necessidades comuns. Com isso, as próprias organizações acabaram programando suas atividades e levando-as adiante.
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