Os festivais de MPB na televisão

60 anos da TV no Brasil
23/09/2010 20:26

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Caetano Veloso no Festival da Tv Record 1967 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/tvrecordfestivais2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Airton e Lolita Rodrigues<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TV Airton_e_Lolita_Almoco_com_as_Estrelas_TV_TUPI.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Idalina de Oliveira e Ayres Campos da série Capitão 7 - Tv Record SP<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVAyresCamposCapitao7IdalinadeOliveiraSilvana.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> A Família Trapo: Golias e Pelé<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVGoliasfamiliatrapo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Evinha no FIC <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVevinhaFIC.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Hebe Camargo, Denner e Márcia de Windsor <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVHebeDennerMarciadeWindsor.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Capitão Aza, Wilson Vianna (dir) recebe em seu programa o ator Jonathan Harris, o Dr Smith da série Perdidos no Espaço<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVcapitaoasadrsmithperdidosnoespaco.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Programa Jovem Guarda, em destaque Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Vanderléia, Wanderley Cardoso e Jerry Adriani <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/tvrecordjovemguarda1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Circo do Carequinha <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVCarequinhapalhaco2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Hebe Camargo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVhebecamargo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tony Tornado no FIC <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVTonyTornadoFICa.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ricardo Corte Real, Cidinha Campos, Renata Fronzi, Otello Zeloni, Ronald Golias e Jô Soares, A Família Trapo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVGoliasfamiliatrapoelenco.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Aurélio Campos (ao centro) <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVaureliocamposcentro.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Elis Regina no festival da TV Excelsior <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVelisreginafestival1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Elias Regina <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/TVelisreginaA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Edu Lobo, TV Record <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/tvrecordfestivais3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Na história da tevê brasileira diversos programas jornalísticos marcaram época, como Preto no Branco, de entrevistas políticas. O programa era apresentado na TV Tupi do Rio, entre 1957 e 1964, por Oswaldo Sargentelli, que, com voz grave e peculiar, fazia perguntas polêmicas aos convidados. Algumas foram consideradas ofensivas e resultaram diversas vezes em sua prisão. Na Tupi de São Paulo, o programa recebeu o nome de Pingo nos is.



O jornalista Arnaldo Nogueira conquistou audiência com Falando Francamente, que foi ao ar pela primeira vez em 18 de setembro de 1953, também pela Tupi, tendo como primeiro convidado o ex-ministro das Relações Exteriores e ex-governador da Bahia, Octavio Mangabeira. O programa ficou no ar por dez anos.

Três noticiosos marcaram época no Rio de Janeiro, além do famoso Repórter Esso, o telejornal Pirelli e o reportagens Ducal, que era apresentado na TV Rio por Milton Fernandes, em várias edições a partir das 18h30 até o encerramento da programação da emissora.



Outro programa de sucesso na Tupi carioca foi Câmera 1, produzido e apresentado por Jacy Campos, que contava uma história, utilizando uma única câmera. Tinha a participação de Lourdes Mayer, Theresa Amayo e Daniel Filho. Nesse teleteatro surgiu a frase "pena que a TV não seja em cores..."



Participante da televisão desde sua inauguração como cantora, Hebe Camargo estreou como apresentadora em 1955, no primeiro programa feminino da TV brasileira, O Mundo é das Mulheres, na TV Paulista. Hebe chegou a apresentar cinco programas por semana. Em 1957, tingiu seu cabelo de loiro, o que se tornou sua marca registrada. Transferiu-se para a TV Record, canal 7, em 10 de abril de 1966, quando foi ao ar seu primeiro programa dominical, que a tornaria uma das figuras mais famosas da televisão brasileira de todos os tempos e líder absoluta de audiência.



Em 1969, Hebe recebeu em seu programa o astronauta Neil Armstrong e perguntou a ele se "a lua tinha luar", deixando-o surpreso e sem entender a pergunta. Além de apresentar o programa de entrevistas, Hebe atuaria esporadicamente em programas humorístiscos, como quando contracenou com Ronald Golias em uma paródia de Romeu e Julieta. Após ter trabalhado na TV Bandeirantes, na década de 1980, Hebe foi para o SBT, onde permanece desde 1986.



Perguntas e respostas



Na primeira metade da década de 1950, o programa de maior público na televisão brasileira era O Céu É o Limite, que estreou na Tupi paulista, no ano de 1955, apresentado por Aurélio Campos, e na Tupi carioca por J. Silvestre. Consistia em um quadro de perguntas formuladas a um "sabe-tudo" sobre algum assunto. As questões valiam prêmios em dinheiro que ia sendo acumulado na medida em que o candidato respondesse corretamente. Um único erro afastava-o. O candidato podia abandonar o programa quando quisesse e nesse caso levava o prêmio acumulado.

Criado originalmente no Chile, outro programa que ganharia fama foi Almoço com as Estrelas, que estreou em 1956, na TV Tupi de São Paulo, com J. Silvestre no comando. No Rio de Janeiro, o programa era apresentado na Tupi-Rio por Aerton Perlingeiro. Com a saída de Silvestre, o programa paulista passou a ser conduzido pelo casal Aírton e Lolita Rodrigues, sendo seus primeiros entrevistados as cantoras Linda e Dircinha Baptista. O programa ficou no ar até o fim da televisão Tupi, em 1980. Depois de um período na Record, a convite do seu então proprietário Silvio Santos, o programa acabou sendo retirado do ar, após a separação do casal.

A atriz Bibi Ferreira, grande nome do teatro, tornou-se também apresentadora de televisão, em 1960, quando foi convidada para apresentar um programa ao vivo na TV Excelsior de São Paulo, o Brasil 60. Durante dois anos levou ao auditório da emissora, na Rua Nestor Pestana, inúmeros convidados. Outra atriz apresentadora de televisão foi Odete Lara, na TV Tupi, responsável pelo Cassio Muniz Show, que foi ar no início da década de 1960. No Rio de Janeiro, em 1963, pouco depois da inauguração da TV Excelsior, Canal 2, a atriz Maria Fernanda conduziu o programa O Show é o Rio. Na Tupi Rio, Do Ré Mi, com a cantora Dóris Monteiro, apresentava pessoas que estavam em evidência, para entrevistas e apresentação musical.

Programas como Esta é a sua Vida, da Tupi, de Alcino Diniz, fizeram sucesso retumbante. O programa ia ao ar às 21h, parava a cidade e emocionava o público. Em 8 de abril de 1956, estreiou na Tupi carioca, o programa Boliche Royal, apresentado por Murillo Nery e Lidia Matos, no qual foi entregue o maior prêmio pela televisão na época, uma geladeira.

Noite de Gala, criado por Abrão Medina, chegava a ter duração de duas horas e meia, e, segundo o autor, era uma verdadeira colcha de retalhos. Era um programa de variedades dirigido por Geraldo Case, que contava com o jovem Walter Clark na produção. Na parte teatral, contava com a participação de Tonia Carrero e, na jornalística, de Flavio Cavalcanti.

Um dos feitos da televisao brasileira ocorreu no dia 21 de abril de 1960, quando houve a transmissão da inauguração da nova capital do país, Brasília. Para tal, houve o auxílio de aviões que sobrevoaram a cidade. Assim, moradores de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, apesar das dificuldades e da queda do sinal, puderam assistir a solenidade presidida por Juscelino Kubitschek.



Alegria da Criançada



Criado pelo crítico e diretor Rubem Biáfora, foi lançado na TV Record, em 24 de setembro de 1954, um programa de aventuras para o público infantil, O Capitao 7, cujo protagonista era o ator Ayres Campos. Foi o primeiro super-herói brasileiro, posteriormente reformulado em gibi. Ficou no ar até 1966 e, a princípio, o seriado era realizado ao vivo, sendo gravado depois de um certo tempo. A eterna namorada do Capitão 7, Silvana, era interpretada pela locutora Idalina de Oliveira.

"... Alô, alô Sumaré! Alô, alô Embratel! Alô, alô Intelsat 4! Alô, alô criançada do meu Brasil!, aqui quem fala é o Capitão Aza, comandante e chefe das forças armadas infantis deste Brasil". Com estas palavras, começava o programa Clube do Capitão Aza, sucesso infantil da Tupi Rio, que esteve no ar durante 14 anos. Capitão Aza foi criado em setembro de 1966, em homenagem a um falecido herói da Força Aérea Brasileira (FAB), capitão aviador Adalberto Azambuja, conhecido como Aza entre os aviadores e que lutou nos campos da Itália, durante a Segunda Guerra Mindial.

O Capitão Aza, com seu uniforme aeronáutico e o capacete de piloto com a letra "A" e duas asas, era interpretado pelo ator e policial civil Wilson Vianna. A atração foi criada para tentar superar o programa concorrente da rede Globo, o Capitão Furacão. O objetivo foi alcançado após alguns meses, quando Capitão Aza passou a liderar a audiência junto aos mais jovens.

Outro programa infantil de sucesso foi Quartelzinho do pé com pano, da TV Excelsior, canal 9, com Mário Alimari. Era apresentado ao vivo do teatro Cultura Artística, na rua Nestor Pestana, do final da década de 1960 ao início da década de 1970, quando a Excelsior foi fechada e o programa foi para a Tupi.

Outra programa que ficou na memória daqueles que foram crianças na década de 1960 foi Sessão Pim Pan Pum, patrocinada pela indústria de brinquedos Estrela, cuja inesquecível música era: "Sete, sete, são quartoze, com mais sete, vinte e um, eu não deixo de assistir a sessão Pim Pan Pum, Estrela, Pim Pan Pum, Estrela...".

Cabe ainda lembrar os programas: Clube do Titio, levado ao ar pela Globo, entre 1966 e 1968; Poliana, Teatrinho Trol, na verdade o programa A Grande Vesperal Infantil, que ficou conhecido pelo nome do patrocinador, e apresentou em forma de teatro infantil a descoberta do Brasil, em episódio dirigido por Fabio Sabag; e O Circo do Carequinha, no ar por 14 anos, com elenco encabeçado pelo palhaço Carequinha e seus companheiros Fred, Zumbi e Meio quilo, um anãozinhio. Quem não se lembra da música cantada por Carequinha: "O bom menino nao faz pipi na cama...".



Festivais da MPB



A TV Record seria a grande campeã de audiência a partir da metade da década de 1960, principalmente pelos programas musicais e pelo humorístico Família Trapo, que ficou no ar entre 1967 e 1971. A redação cabia a Jô Soares e Carlos Alberto da Nóbrega, com produção e direção da famosa equipe "A", formada por Antonio Augusto Amaral de Carvalho, Raul Duarte, Nilton Travesso e Manoel Carlos, e no elenco Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Ricardo Corte Real, Cidinha Campos, Sonia Ribeiro, o próprio Jô Soares e o grande humorista Ronald Golias, que fazia o papel do atrapalhado Carlos Bronco Dinossauro.

Produzido por Solano Ribeiro, para a Excelsior, foi realizado em abril de 1965, na cidade do Guarujá, o primeiro festival de música popular brasileira da TV no país, que se tornaria um marco para a cultura do Brasil. Esse pioneiro evento, apresentado por Kalil Filho, revelou a cantora Elis Regina, que interpretou a música Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, vencedora do festival. Em outubro do ano seguinte, o festival passou a ser realizado pela TV Record. Nesse ano, o público presente no teatro do Canal 7 se dividiu entre duas músicas, o que obrigou o júri a decidir pelo empate entre A Banda, de Chico Buarque, cantada por Nara Leão, e Disparada, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, defendida por Jair Rodrigues.

Em outubro de 1967, o festival da Record apresentou músicas que se tornaram clássicos da MPB: Ponteio, de Edu Lobo e Capinam, interpretada por Edu Lobo e Marília Medalha; Domingo no Parque, de Gilberto Gil, cantada por ele e os Mutantes; Roda Viva, de Chico Buarque, defendida pelo autor e o MPB-4; e Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, interpretada por ele. Essas foram as quatro primeiras colocadas, cabendo a quinta posição à música Maria, Carnaval e Cinzas, cantada por Roberto Carlos e de autoria Luiz Carlos Paraná. Nesta edição do festival ocorreu um momento inesquecível da tevê: Sérgio Ricardo, vaiado pelo público ao cantar Beto bom de bola, quebrou o violão e atirou-o contra a plateia, sendo a música desclassificada pela direção da TV Record.

Em novembro de 1968, o júri decidiu que a vencedora era a música Benvinda, de Chico Buarque e por ele interpretada; seguida por Memórias de Marta Saré, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, cantada por Edu Lobo e Marília Medalha; Divino Maravilhoso, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, com Gal Costa; e Dois Mil e Um, de Rita Lee e Tom Zé, cantada pelos Mutantes. O júri especial e o júri popular escolheu a música São, São Paulo, Meu Amor, de Tom Zé, por ele cantada.

O quinto e último festival produzido pela TV Record, em novembro de 1969, classificou como as três primeiras colocadas Sinal Fechado, escrita e interpretada por Paulinho da Viola; Clarisse, de Eneida e João Magalhães, cantada por Agnaldo Rayol; e Comunicação, de Edson Alencar e Hélio Gonçalves Mateus, com Vanusa.

A partir de 1967, a TV Globo passou a produzir o Festival Internacional da Canção (FIC), que havia sido levado ao ar, em outubro de 1966, pela TV Rio. Nesse ano, a canção vencedora foi Saveiros, de Dori Caymmi e Nelson Motta, cantada por Nana Caymmi. O programa foi criado por Augusto Marzagão e era apresentado pelas atrizes Arlete Sales e Betty Faria. Em 1967, as três primeiras classificadas foram Margarida, de Gutemberg Guarabyra, cantada por ele e pelo Grupo Manifesto; Travessia, de Milton Nascimento e Fernando Brant, interpretada por Milton Nascimento; e Carolina, de Chico Buarque, com Cynara e Cybele.

Em setembro de 1968, a plateia do Maracanãzinho se dividiu: parte vaiou a vencedora Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim, interpretada pela dupla Cynara e Cybele. A música classificada em segundo lugar foi o clássico que se tornou hino, Pra não Dizer que não Falei das Flores, de Geraldo Vandré, cantada pelo autor. O terceiro lugar coube à canção Andança, de autoria de Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, que foi cantada por Beth Carvalho e os Golden Boys. Caetano Veloso, ao interpretar sua música É Proibido Proibir, foi hostilizado pelo público. Emocionado e revoltado, afirmou ao microfone: "vocês nao estão entendendo nada...". Logo depois, juntamente com Gilberto Gil, foi obrigado a sair do Brasil e exilar-se na Inglaterra.

No ano de 1969, as músicas vencedoras foram: Cantiga por Luciana, de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, cantada por Evinha; seguida de Juliana, de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, interpretada por Brasuca. No ano seguinte, o Maracanãzinho cantou, junto com Tony Tornado, a música campeã, BR-3, de autoria de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar. Em segundo lugar ficou Este é o Meu País, de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro, cantada pelo autor; e em terceiro lugar, Universo do Teu Corpo, de Taiguara, que cantou sua música. Em setembro de 1971, as três músicas premiadas foram: Kyrie, de Paulinho Soares e Marcelo Silva, cantada por Evinha; Karany Karanuê, de José de Assis e Diana Camargo, com o Trio Ternura; e Desacato, de Antônio Carlos e Jocafi, interpretada pelos autores. O último FIC, realizado pela Globo, foi em setembro de 1972, sendo vencedora a música Fio Maravilha, de Jorge Ben, interpretada por Maria Alcina; ficando o 2º lugar para Diálogo, de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, cantada por Tobias e Cláudia Regina; e recebendo o prêmio especial a música Cabeça, de Walter Franco, por ele defendida. A conhecida Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua, de Sérgio Sampaio, foi interpretada por ele nesse mesmo festival.



Jovem Guarda



Em 1965, proibida de transmitir os jogos de futebol nas tardes de domingo, por decisão da Federação Paulista de Futebol, a direção da TV Record se viu obrigada a cobrir o horário com um novo programa. Foi assim que nasceu a Jovem Guarda.

Transmitido do auditório do Canal 7, o programa comandado por Roberto Carlos, contava também com Erasmo Carlos e Vanderleia, que apresentavam ao público os principais artistas do rock nacional. Esses programas conseguiram criar um novo comportamento na sociedade brasileira, com mudanças na moda e novas palavras que se transformaram em gírias exaustivamente repetidas por Roberto Carlos. Ele se tornou o rei da juventude brasileira nos anos 60 e entrou para a história da MPB, como o maior ídolo da canção do país. O sucesso do programa da Record fez surgir grande nomes da música brasileira: Vanusa, Eduardo Araújo, Silvinha, Martinha, Ronnie Cord, Ronnie Von, Paulo Sérgio, Wanderley Cardoso, Bobby di Carlo, Jerry Adriani, Rosemary, Leno e Lilian, Demétrius, Os Vips, Waldirene, Sérgio Reis, Sérgio Murilo, Trio Esperança, Ed Wilson, Evaldo Braga e as bandas Os Incríveis, Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys e The Fevers. Entre os principais sucessos musicais estão: Quero Que Vá Tudo Pro Inferno; Festa de Arromba; Pare o Casamento; Garota do Roberto; Meu Bem; Eu Daria a Minha Vida; O Bom; Roda Gigante; Rua Augusta; Namoradinha de um Amigo Meu; Ternura; O Caderninho; Tijolinho; Feche os Olhos; A Festa do Bolinha; O Bom Rapaz e Menina Linda.



*Antônio Sérgio Ribeiro é advogado, pesquisador e diretor do Departamento de Documentação e Informação da Alesp.

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