Opinão - Pulseiras do Sexo


16/04/2010 17:54

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Com jeito inocente e inofensivo, a nova moda brasileira, as pulseiras coloridas ou como estão sendo chamadas, "pulseiras do sexo", vêm causando maior frisson entre pais, educadores e entidades governamentais.

Trata-se de um jogo com pulseiras de silicone onde cada cor transmite uma mensagem que vai desde um simples abraço à relação sexual. De acordo com as regras do jogo, quem conseguir romper a pulseira ganha como prêmio aquilo que a cor da pulseira sugere " amarela, um abraço; preta, sexo (com penetração) e assim por diante.

A brincadeira já tem trazido sérias consequências para adolescentes e jovens, que vão do estupro ao assassinato. Em alguns lugares, as autoridades já chegaram até a pedir à Justiça que proíba a venda de tais pulseiras para menores de 18 anos. São medidas drásticas. Mas, mostram que a sociedade está atônita diante da situação e não sabe exatamente o que fazer.

As pulseiras em si não fazem mal nem bem. São apenas acessórios. Mas, o que temos aqui é uma simbologia perigosa. Muitas adolescentes e jovens usam tais pulseiras, provavelmente só como adereço, sem qualquer conotação sexual. Porém, mesmo que isso seja verdade, para o observador a visão pode ser outra. Para ele, ela está insinuando um desejo e uma vontade. Desse modo ela se expõe claramente ao perigo. É lógico que isso não dá a ninguém o direito de violar uma pessoa, estuprando ou matando.

Se para nós determinada coisa não representa o mal, mas para a outra pessoa sim, então a Escritura Sagrada dá a seguinte orientação: "abstende-vos de toda a aparência do mal" (1 Ts 5.22). Ou seja, como medida preventiva, as adolescentes e jovens devem deixar de usar as pulseiras coloridas. Não significa que isso solucionará o problema " a sexualidade. Mais que o uso de tais pulseiras, preocupa muito ver que um assunto tão complexo, como o da sexualidade, é tratado de forma banal e inconsequente. Talvez isso mostre que os pais não estão discutindo essas questões com seus filhos.

A escola e a igreja também não estão discutindo o tema como deveriam. Sexo é um dos assuntos mais recorrentes na Bíblia. O Antigo Testamento esparrama a questão desde os crimes sexuais praticados pelos filhos de Deus até as cenas de amor no livro de Cantares. No Novo Testamento há lista de pecados sexuais. Portanto, discutir questões ligadas à sexualidade é bíblico.

Nossa sociedade é permissiva. As crianças, adolescentes e jovens não conhecem limites. Os pais são os responsáveis diante de Deus e da sociedade pela educação (moral) de seus filhos " "instrui o menino no caminho em que deve andar..." (Pv 22.6). Esconder a realidade não a torna menos real. Sexo é uma realidade que está estampada em todo lugar " nas vias públicas, na televisão, na música, nos jogos. Ou discutimos dignamente a questão ou as crianças, adolescentes e jovens aprenderão de maneira indigna.



*Waldir Agnello é deputado estadual pelo PTB

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