Cecília Suzuki busca na realidade cósmica a sua poesia

Emanuel von Lauenstein Massarani
30/10/2003 14:00

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Cecília Suzuki<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Cecilia Suzuki.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Trabeculectomia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CeciliaSuzu Trabeculectomia.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Cecília Suzuki desenvolve, há muitos anos e com profunda consciência, uma série de pesquisas científico-artísticas sobre o olho humano. Com habilidade ímpar, transforma em elementos artísticos os dados científicos que o marido, oftalmologista de renome, lhe passa.

Aos descolamentos de retina, patologias diabéticas, degenerações de mácula, retinoses pigmentares e rupturas gigantes, ela dá um "tratamento" artístico, graficamente disposto de maneira original, metafísica ou surrealista, mas sempre real.

Suas pesquisas são construtivas e livres, tanto sobre a forma quanto sobre a fantasia, possibilitando à artista um impulso que supera os limites "mecânicos" impostos pelo movimento.

No sentido estritamente pictórico, Cecília Suzuki não cede totalmente à casualidade do gesto. Ela se interessa em organizar um discurso que envolve formas e matérias, das quais resulta um eco surreal e hiper-realista, que busca na realidade cósmica a sua poesia e a sua presença.

Sobre a superfície de suas obras ou em suas gravuras encontramos luzes, formas, cor, símbolos, natureza, ação e memória, que marcam uma emoção ou um fato em plena liberdade de imaginação e criatividade.

Na obra Trabeculectomia, doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, não faltam originalidade e refinamento, com o espacialismo que é resultado de uma experiência fundamental do ponto de vista da "paginação formal" da obra.



A artista



Cecília Suzuki - nome artístico de Cecília Massae Tamaki Suzuki - nasceu em 1941, em São Paulo. Formou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie, em São Paulo, em 1968. Nos biênios 1980-81 e 1982-83, fez parte da diretoria da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco no Brasil.

Em 1983, tornou-se membro da Academia Internacional de Arte Moderna de Roma e, em 1984, do Centro Internacional de Arte Contemporânea de Paris. É também membro benemérito do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo desde 1992. Como convidada especial, expôs em cerca de 200 congressos, simpósios e cursos de oftalmologia, tanto no Brasil quanto no exterior. Para muitos desses eventos, criou logotipos, cartazes e certificados. Suas obras estão presentes em museus, centros culturais, hospitais, universidades e institutos de oftalmologia de todo o mundo.

Participou de inúmeras exposições individuais, coletivas e em salões oficiais de vários países. Entre seus prêmios destacam-se: medalhas de bronze concedidas pela Academia Internacional de Arte Moderna de Roma (1983 e 1988); Troféu da Associação dos Críticos e Comentaristas de Artes de Miami (1983); certificado de Honra ao Mérito entregue em 1984 pelos críticos de artes do Museu Georges Pompidou, Paris; e a Medalha Anchieta, outorgada em 1984 pela Câmara Municipal de São Paulo.

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