Angel Cestac: um verismo que alcança vértices de refinado lirismo e elegância cromática

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
28/08/2008 17:30

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La pequeña orquesta<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/ANGEL OBRA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Angel Cestac<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/Angel Cestac corte.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Angel Cestac possui um sentido da paginação compositiva sóbria e inspirada na realidade. Os contornos precisos, as leves esfumaturas, quase metafísicas, compõem e concluem sua obra. Massas únicas e nítidas, leveza e homogeneidade, elegante traço gráfico e um incomum sentido volumétrico fazem desse pintor - que foge de modismos e correntes artísticas - um válido artífice dos princípios indestrutíveis da arte, entendida por um sensível verista, que alcança vértices notáveis de refinado lirismo.

Podemos dizer que as obras pictóricas de Angel Cestac são mais esculpidas que pintadas. Observemos, por exemplo, as figuras femininas nuas. De tão sólidas parecem saídas de um bloco de mármore. Nas articulações das formas, descobre-se toda uma sedutora e secreta beleza. Seus nus, reduzidos à essência da forma, conseguem imprimir no observador uma comunicação viva e duradoura.

É certo que a emoção que envolve o seu trabalho tem origem principalmente na virtude da cor, que atrai que estimula a sua fantasia. A forma se reveste de cor e a posição que essa forma assume na estruturação atmosférica merecem do pintor a maior atenção. Sua pintura é alegre, aberta como seu caráter. As cores realizam um conto, ora paisagístico, ora figurativo, embebido de tênues e vibrantes tramas cromáticas. A cor é, evidentemente, a protagonista dessa pesquisa pictórica, exatamente porque o artista deseja transferir impressionisticamente sobre a tela os efeitos da luminosidade.

Suas obras documentam a feliz invenção de outras civilizações, de outros ambientes, de diversas culturas, na religiosa piedade dos sentidos e dos afetos, na alma e no corpo, inferno e paraíso, chamamento ou repulsão. Angel Cestac une um certo passado remoto que ele continua e elabora. Formas, solidez plástica, elegância cromática, linhas dosadas do ornamento acompanham as complexas figuras dentro de ilusórias arquiteturas.

Na obra La pequeña orquesta, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o artista sabe fazer vibrar um calor humano e uma comunicação onde existe um elo profundo entre a natureza e o homem. Priva de associações modernistas, as cores são vivas, onde a lírica interpretação se funde com a realidade do tema.



O artista



Cestac, pseudônimo artístico de Angel Cestac, nasceu em Azul, Província de Buenos Aires, Argentina, no ano de 1948. Formou-se mestre em artes visuais (1965) e professor de pintura (1969) na Escola Nacional de Belas Artes "Rogelio Irurtia". Concluiu seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes "Prilidiano Pueyrredón", formando-se também professor de escultura (1972) e de gravura (1975).

Realizou várias exposições coletivas e individuais, entre elas: Centro Numinístico, Buenos Aires, Argentina (1973); Espaço Cultural da Biblioteca Almafuerte, Buenos Aires, (1974 e 1977); Espaço Cultural do Colégio Escribanos Azul, Buenos Aires, (1976); Galeria Martin Malhano, Buenos Aires, (1978); Galeria Mestre das Artes, SP (1979); Associação Paulista do Ministério Público, SP (1980); Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna, SP, Espaço Cultural Shopping News, SP (1981); Associação Paulista do Ministério Público, SP (1982); Spazio Pirandello, SP, I e II Feira Nacional de Antiquário , SP; Espaço Cultural no Iate Clube, RJ, Galeria Casa Grande Beny Haddad, SP (1984), XVIII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXV e XXVI Chapel Art Show, SP (1985); Espaço Cultural do Palácio das Convenções do Anhembi, SP, Galeria Affiche Artes, SP; Galeria Monopólio, SP; Espaço Cultural do Colégio Humboldt, SP (1986); Espaço Cultural do Clube de Campo, SP; Galeria Bric Brac, SP (1987); Centro Cultural Brasil/Estados Unidos, SP (1991 e 1993); Espaço Cultural Erico, SP; Galeria de Arte Noris, PR (1994); Espaço Cultural Europ Art, Genebra, Suíça (1995); Espaço Cultural San Martin, Buenos Aires, (1998); Galeria de Arte Rarebeti, SP (1999); Sociedade Rural Bahiart, PR; Galeria de Arte Z&Z, RS (2003).

Recebeu vários prêmios destacando-se entre eles: 2° Salão Municipal, Buenos Aires, Argentina (1968); Comissão Nacional de Turismo, Buenos Aires (1969); "La Razon", Argentina (1970); Salão Nacional, Buenos Aires, (1973 e 1976); Salão São Fernando, Buenos Aires, Argentina (1974); Salão Nacional de Gravura e Desenho, Buenos Aires (1975); Salão Cultural Centro Informação Baha`j, Buenos Aires; 2º Bienal de Desenho Mario Dario Grande, Buenos Aires; 2º Desenho Juan Batle Planos, Buenos Aires; Seleção no Salão Nacional, Buenos Aires, Galeria Arthea, Buenos Aires, 2º prêmio em Desenho na Sociedade Hebraica, Buenos Aires (1977); Seleção na Mostra Nova, Espaço Cultural do Shopping News, SP (1980).

No campo da escultura realizou o "Busto do Dr. Arthur Dias de Andrade", que se encontra no Clube de Campo Mairiporã, SP e o "Busto do Prefeito Dr. Fábio Talarico", em Guaíra, SP. Possui obras em diversas coleções particulares na Argentina, Brasil, Suíça, Estados Unidos e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp