Quem afundou o Banespa foi a política tucana e não Orestes Quércia, diz Jamil Murad

PLENÁRIO
17/11/2000 16:00

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O deputado estadual do PCdoB Jamil Murad comentou carta do ex-governador Orestes Quércia publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo sob o título "Crime contra o Banespa - Quércia esclarece". Em tal matéria o ex-governador afirma, segundo Murad, que pediu empréstimos no último ano de seu governo para pagar salários e o décimo terceiro dos funcionários públicos, devido à situação econômica gerada com o Plano Collor. A dívida do Banespa passou a ser, na época, de R$ 4,8 bilhões. O relator que deu parecer favorável aos empréstimos pedidos por São Paulo teria sido o então senador Fernando Henrique Cardoso, e o então senador Mário Covas teria votado favoravelmente. "Fizemos uma autópsia no Banespa, apesar de ele estar ainda muito vivo, e é isso mesmo. No governo Fleury a dívida passou a ser de R$ 7 bilhões. Com o Plano Real subiu para R$ 9 bilhões e logo depois para R$ 29 bilhões", disse Murad. Para ele, não tem razão de ser os tucanos atribuírem a situação do Banespa aos outros governos. "Quem afundou o Banespa foi a política econômica dos tucanos, do governo Fernando Henrique Cardoso." Jamil Murad chamou o que ocorreu com o Banespa de "crime hediondo". Ele disse que apesar de o governo ter marcado o leilão do Banespa para a próxima segunda-feira, "felizmente estamos salvos por uma liminar". O deputado disse ainda que muitas vezes a Justiça do país toma decisões importantes e acertadas, mas que em outras ocasiões a mesma Justiça sofre influência das elites, e que por isso deve-se lutar para que a liminar seja mantida. Ele também comentou a desistência de alguns bancos estrangeiros na compra do Banespa: "Estão desconfiados dessa situação obscura."

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