Gino Battiston infunde vida a suas telas através de um calibrado cromatismo pós-expressionista

Acervo Artístico
05/08/2005 15:09

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Gino Battiston, pseudônimo artístico de Hygino Antonio Battiston<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Gino Battiston.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/ginoobra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Gino Battiston é um pintor que ama impor à realidade uma própria interpretação, mais ou menos arbitraria, se bem que plenamente legitimada pela validade da forma. No seu mundo interior não existe drama. Ele é essencialmente um otimista, um ser culto e ao mesmo tempo simples, com uma serena natureza de quem sabe contemplar serenamente.

O artista transfigura o dado representativo através de uma luminosidade que tem raízes metafísicas: cada referencia ótica é dispersa e modulada ao ritmo intenso da luz que se acende de um componente mais mental que natural. Trata-se de uma experiência que se coloca com postura moderna, mesmo não renegando a tradição pictórica, descrita pela síntese de forma e cor.

A pesquisa desse artista é dirigida a uma exaltação dos valores cromáticos que se tornam uma espécie de fantasmagórico caleidoscópio, para quem a cor, ao aproximar-se muitas vezes de elementos complementares, se decanta e filtra até alcançar uma expressiva essencialidade. Na busca de um continuo aperfeiçoamento, revelam um rigor resultado de um inerente inquietação.

Gino Battiston desenrola o fio problemático da sua figuração partindo de um núcleo bem preciso de idéias que encontram modo de darem uma sua colocação orgânica sobre o plano semiológico dos símbolos. Cada seu empenho, robusto e meditado, se articula mais na pesquisa de um novo espaço expressivo, cujo enunciado contribui a inteligente modulação estrutural dos elementos, a uma feliz paginação e um equilíbrio da composição.

Ora numa seqüência cromática pós-expressionista, ora de um delicado romantismo, as paisagens, as composições florais e as naturezas mortas do pintor, possuem em comum, além da robustez do desenho, um impecável sentido da composição e um calibrado cromatismo que se aproxima a um realismo sadio mesmo si transfigurado. Seu ditado pictórico é extremamente positivo e infunde vida a suas obras.

Ao contrário de suas composições florais, exuberantes e consideravelmente coloridas, em suas paisagens Gino Battiston elimina da tela o supérfluo incluindo somente os elementos essenciais à vida do quadro, re-espelhando no seu íntimo a beleza eleita da natureza.

O Artista

Gino Battiston, pseudônimo artístico de Hygino Antonio Battiston, nasceu em São Carlos, interior do Estado de São Paulo em 1940. Filho de pais de origem italiana, desde a mais tenra idade foi envolvido pelas artes que mereceram sempre o interesse familiar.

Influenciado também pela habilidade manual de sua progenitora no campo do artesanato e de seu pai carpinteiro, desenvolveu através da imaginação uma forte criatividade. Embora formado em 1966 engenheiro agrônomo pela antiga Universidade Federal do Brasil, no km 47, no Estado do Rio de Janeiro, sempre teve interesse pelas artes através dos livros e visitando museus.

Pesquisando inicialmente materiais, texturas, traços, formas, cores e composições, começou a pintar em 1957 e, por excesso de zelo, guardando até nossos dias a quase totalidade de sua produção artística. Sua primeira exposição está marcada para outubro próximo na Galeria Spazio Surreale e em seguida na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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