Ato público em protesto contra a privatização da CESP


13/03/2008 18:15

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Ildo Sauer <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/PRIV CESP ildo sauer-2 ROB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Simão Pedro, Akira Otsudo, Amarildo Cruz e Antonio Arroyo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/PRIV CESP  simao.akira otsubo.amarildo cruz.antonio arroyo-3 ROB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ato público em protesto contra a privatização da CESP<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/PRIV CESP geral-7- ROB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Promovido pela bancada do Partido dos Trabalhadores, juntamente com o Comitê contra a Privatização, aconteceu nesta quinta-feira, 13/3, na Assembléia Legislativa, ato em protesto contra o leilão da Companhia Energética de São Paulo (CESP), proposta pelo governo estadual. Participaram do evento especialistas do setor como os professores Ildo Sauer e Hélvio Rech, diversos representantes sindicais, prefeitos, vereadores e parlamentares paulistas e do Mato Grosso do Sul.

Durante o encontro, estiveram em debate os possíveis impactos que a privatização traria para o sistema energético, além dos riscos ambientais, sociais e econômicos, não só para São Paulo, mas para o país. Outro questionamento foi sobre como a venda da empresa vai afetar a vida da população paulista.

A CESP, terceira maior geradora de energia elétrica brasileira e a maior do Estado de São Paulo, será colocada à venda através de leilão, previsto para o dia 26/3. O lance mínimo é de R$ 6,6 bilhões. "Há um erro, não administrativo, mas de avaliação do preço, e o consumidor final é quem vai pagar a conta", disse Simão Pedro (PT).

Uma das reivindicações do Comitê contra a Privatização e também do PT é a de que o futuro comprador da CESP garanta a ampliação da geração de energia para atender a demanda do desenvolvimento estadual, pois há receio de queda na qualidade dos serviços prestados e na alteração das tarifas.

Com base no histórico de empresas já privatizadas, Arthur Henrique, presidente da CUT, chamou de consequência criminosa a demissão em massa. "Quase 50% do quadro funcional do setor elétrico foi mandado embora", destacou. Ele apontou, ainda, o aumento da terceirização e do número de acidentes como outros fatores negativos da privatização.

Três representantes da Assembléia Legislativa do Mato Grosso do Sul vieram ao evento no Auditório Franco Montoro. "Embora a CESP seja uma empresa paulista, nosso Estado tem muito a ver com essa questão", disse o deputado Akira Otsudo. Ele referiu-se às usinas hidrelétricas de Jupiá, Ilha Solteira e Sérgio Mota " todas pertencentes à CESP - instaladas na divisa dos dois Estados. Segundo Akira, muitos cidadãos do Mato Grosso do Sul foram prejudicados pelas desapropriações, cujas indenizações não foram feitas até hoje pela Companhia Energética de São Paulo.

Para os parlamentares sul-matogrossenses, a privatização da CESP é uma questão política e, segundo afirmaram, se faz necessário o envolvimento do governo federal neste assunto. "Vamos formar uma comitiva e agendar uma reunião com o presidente Lula", sugeriu o deputado do Mato Grosso do Sul, Amarildo Cruz.

Para Rui Falcão (PT), é fundamental a conscientização da sociedade. Já o deputado Olímpio Gomes (PV) questionou os reais objetivos em torno do leilão, se posicionando contrário a ele. "São Paulo precisa dizer não à privatização", concluiu.

Na opinião do professor Ildo Sauer, a criação de empresas como Eletrobrás e Petrobrás significou a posse, pelo povo, dos recursos naturais, o que gerou riqueza e promoveu bem-estar a todos. Nesse sentido, ele chamou a atenção para a importância da gestão e produção de energia no mundo. "Precisamos pensar na dimensão estratégica. Do ponto de vista econômico, abrir mão da CESP não é um bom negócio para o futuro de São Paulo", aconselhou Sauer.

Outro conceito apresentado pelo professor diz respeito ao conjunto de capacidade produtiva, essencial para a sociedade. "Hoje, não é mais o dinheiro que restringe a formulação de projetos, mas a qualificação técnica", explicou. Em relação à CESP, ele afirma que ela é um núcleo de capacitação humana, além de ter grande potencial energético. "Privatizar a CESP é um despropósito", finalizou.

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