Morre senador Romeu Tuma


26/10/2010 20:45

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Senador Romeu Tuma<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2010/Romeutuma2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Faleceu nesta terça-feira, 26/10, no Hospital Sírio Libanês, o senador da República por São Paulo, Romeu Tuma (PTB). O sepultamento acontece nesta quarta-feira, 27/10, às 15h, no Cemitério São Paulo, rua Cardeal Arcoverde, Pinheiros, Capital.

Nascido na cidade de São Paulo, em 4/10/1931, era filho de Zike Tuma e América Trabulsi Tuma. Iniciou seus estudos na capital paulista, ingressando em 1951, aos 20 anos de idade, através de concurso público, na Polícia Civil de São Paulo. Após concluir o curso de Direito, na Pontifícia Universidade Católica " PUC/SP, tornou-se delegado de polícia em 1967, também através de concurso.

Em 1975 passou a dirigir a Delegacia de Ordem Política e Social " DOPS, durante a gestão do coronel Antonio Erasmo Dias à frente da Secretaria da Segurança Pública. Atuou no combate às organizações políticas clandestinas de esquerda e na repressão aos movimentos grevistas que ocorreram em São Paulo a partir do final da década de 1970, na região do ABC Paulista.

Em 1978, numa ação conjunta com o serviço secreto de Israel, que obteve repercussão internacional, capturou em Atibaia o carrasco nazista Gustav Franz Wagner, responsável pelo extermínio de milhares de judeus nos campos de concentração de Treblinka e Sobibor, na Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial.

Em março de 1983, com a extinção do DOPS, no governo Franco Montoro, Romeu Tuma foi transferido para a Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, passando a exercer a direção do órgão, cargo que permaneceu até 1986 quando, já no governo José Sarney, foi nomeado diretor geral da Polícia Federal pelo então ministro da Justiça Fernando Lira. Sua nomeação quebrou uma tradição vigente desde a criação do órgão, em 1964, de somente militares ocuparem o cargo. Logo após ser empossado, promoveu um maior entrosamento entre a Polícia Federal e as polícias civis estaduais, visando maior eficiência no combate ao contrabando, tráfico de entorpecentes, bem como nas investigações sobre fraudes no antigo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS).

Ainda à frente da Polícia Federal, teve papel preponderante na apuração do assassinato do líder sindical Chico Mendes, em maio de 1988.Em 1991 foi eleito vice-presidente da Interpol, que é a polícia internacional encarregada de crimes que não se restringem às fronteiras de um só país. Com 181 países filiados, é a segunda maior organização internacional, atrás apenas da ONU, com 191 países membros.

Em 1992, foi nomeado pelo presidente Fernando Collor de Melo secretário da Receita Federal, acumulando o cargo com o da Polícia Federal, exercendo esta última função até 1994.

Em outubro de 1994 foi eleito senador da República pelo PL, em coligação com o PMDB, obtendo 5.541.162 votos, para o período de 1995-2003. Assumindo o mandato participou como membro titular das comissões: Constituição, Justiça e Cidadania; Relações Exteriores; Defesa Nacional, Comissão Mista Especial Calha Norte; Meio Ambiente; Defesa do Consumidor; Fiscalização e Controle; Comissão Mista Especial de Combate à Pobreza; Comissão Mista Especial de Segurança Pública; Serviços de Infraestrutura; Assuntos Sociais; CPMI Roubo de Cargas; e CPI Bancos.

No ano de 2000, foi candidato pelo PFL à Prefeitura de São Paulo, não logrando êxito. Foi reeleito pelo PFL senador, no pleito de outubro de 2002, com 7.281.276 votos, com mandato iniciado em 1º de fevereiro de 2003, e que iria até 31 de janeiro de 2011. Nessa legislatura participou como titular das seguintes comissões: CPMI Banestado, Comissão Mista Especial Porte de Armas; CPMI Desmanches; CPMI Ambulâncias; CPMI Compra de Votos; CPI Bingos; CPMI Emigração Ilegal; Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização; Relações Exteriores e Defesa Nacional; CPMI da Terra; CPMI Salvados; Comissão Mista Especial Ato Conjunto 1/2003 Porte de Armas; Conselho da Ordem do Congresso Nacional; Subcomissão Permanente da Amazônia; Constituição, Justiça e Cidadania; Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática; e Conselho de Ética e Decoro Parlamentar como membro nato. Foi corregedor do Senado Federal e reconduzido a esta função por diversas vezes. No último pleito, de 3/10, candidatou-se pelo PTB, novamente para o Senado, tendo obtido 3.970.169 votos e o 5º lugar.

Foi casado com Zilda Dirane Tuma, com quem teve quatro filhos, dois dos quais seguiram a carreira política. Robson Tuma exerceu por várias vezes o mandato de deputado federal e Romeu Tuma Júnior é ex-deputado estadual, sendo ambos delegados de Polícia.

alesp