Passados 60 anos do término do maior conflito armado do mundo, vamos trazer aos leitores a história dessa verdadeira tragédia que destruiu países e fez o maior número de vítimas na história da humanidade.



Com a invasão da Polônia por tropas alemãs, a Grã-Bretanha e a França, em 3 de setembro de 1939, após a entrega de um ultimato a Hitler determinando a retirada de todas as tropas em 24 horas, e não havendo nenhuma resposta, declararam guerra à Alemanha. No dia seguinte, os ingleses decretaram o bloqueio contra os nazistas, e 8 dias depois foi a vez de a Alemanha fazer o mesmo contra a Inglaterra.

Do outro lado do Atlântico, os parlamentares americanos, preocupados com as conseqüências da guerra e forçados pela opinião pública, aprovaram em 4 de novembro a Lei de Neutralidade, que mantinha os Estados Unidos longe do conflito na Europa.

Após uma série de provocações por parte dos comunistas de Moscou, e pela exigência de Joseph Stalin, que reivindicava vários territórios da Finlândia, os soviéticos rompem relações diplomáticas com este país ao ver suas pretensões rejeitadas.

Em 30 de novembro de 1939, tropas do exército vermelho atacaram e invadiram por terra o território finlandês, enquanto a aviação russa bombardeava a capital, Helsinque. Os finlandeses defenderam seu país, surpreendendo e causando grandes baixas nas tropas invasoras. No dia 14 de dezembro, a União Soviética foi expulsa da Liga das Nações pela agressão perpetrada. Após quase quatro meses de luta e de forte resistência, o conflito chegou ao fim com a assinatura do tratado de paz entre as duas nações, em 12 de março de 1940, no qual a Finlândia perdia parte do seu território, mas não a sua independência.

Somente em 9 de abril de 1940, a Alemanha reiniciou as hostilidades na Europa, quando, de surpresa, em uma operação anfíbia da Marinha de Guerra e com tropas de pára-quedistas, transportados pela Luftwaffe em aviões Junkers Ju-52, ocupou a Dinamarca e invadiu a Noruega com o pretexto de proteger os dois paises escandinavos de uma ocupação anglo-francesa. O exército aliado, que havia desembarcado para ajudar o governo de Oslo, após dois meses de luta, foi obrigado a bater em retirada e, em 9 de junho, a Noruega capitulou frente às tropas nazistas.

Ação fulminante

Por terra, o exército alemão, em seis frentes de ataque com tanques das divisões "Panzer", lançou, em 10 de maio, uma ofensiva contra a Holanda, Bélgica e Luxemburgo, invadindo e conquistando esses países em apenas três dias. Mas o objetivo era mesmo seguir em direção à fronteira com a França. Naquele mesmo dia, o primeiro ministro inglês, Nerville Chamberlain, que havia assinado um tratado com os alemães em 1938, renunciou, sendo substituído por Winston Churchill, que nunca havia dado crédito às palavras de Hitler.

Enfrentando duro ataque, em apenas três dias de luta, a Holanda pediu a rendição, mas, por falha nas comunicações, a Força Aérea Alemã atacou e destruiu, no dia 14 de maio, a cidade de Rotterdam e seu importante porto.

Construída entre os anos de 1929/1931, a Linha Maginot era, no entender dos franceses, um obstáculo intransponível na defesa de seu país na fronteira com a Alemanha. Com seus 760 quilômetros, era formada por fortificações, em cujo interior havia soldados do exército francês. Porém, os construtores e o próprio governo francês esqueceram ou não se deram conta de que esse muro de proteção terminava na fronteira com a Bélgica, local por onde os nazistas acabaram invadindo a França, em 12 de maio, pegando pelo flanco e de surpresa as tropas de Paris.

A França tinha apoio das tropas aliadas, principalmente das inglesas, com mais de 3 milhões e 700 mil soldados. Os alemães contavam com aproximadamente 2 milhões e 700 mil soldado, porém as tropas de Hitler eram melhor preparadas e os generais das Wehrmacht, grandes estrategistas.

O exército alemão, conquistando toda a França, encurralou as tropas aliadas nas praias da região de Dunquerque, onde nada menos que 338.226 homens foram obrigados a se evadirem, pelo Canal da Mancha, para a Inglaterra, em 26 de maio, na chamada "Operação Dínamo", utilizando centenas de barcos de resgate, em uma das maiores humilhações sofridas durante toda a guerra. Nesse mesmo dia, Paris era tomada pelos nazistas.

Com a derrocada da França, a Itália fascista de Benito Mussolini, até então neutra, declarou guerra à Inglaterra e à França, e se aproveitando da situação acabou invadindo com suas tropas o sul desse país.

Colaboracionismo

No dia 22 de junho de 1940, a França capitulou, assustando e surpreendendo o mundo. A negociação e assinatura do armistício tiveram lugar em Compiègne, no mesmo vagão em que a Alemanha havia assinado a sua rendição em 1918, quando do fim da I Grande Guerra Mundial. Um governo colaboracionista foi instituído sob a chefia do marechal Pétain, herói da I Grande Guerra, e a capital foi transferida para a cidade de Vichy, no sul da França. Adolf Hitler era o todo poderoso senhor da guerra.

A União Soviética, agindo da mesma forma que a Alemanha nazista, em 15 de junho 1940, tomou e anexou os países bálticos: Letônia, Lituânia e Estônia, oprimindo os povos dessas nações.

Em 10 de julho, teve início a Batalha aérea da Grã-Bretanha, quando aviões da Lutfwaffe bombardearam sistematicamente as cidades inglesas, notadamente Londres, ocasionando grande destruição e inúmeras vítimas entre a população civil.

No ano de 1941, as tropas inglesas, depois de várias batalhas, conquistaram a África Oriental Italiana, o que possibilitou o regresso do imperador Hailé Selaissié da Abissínia (hoje Etiópia) que estava no exílio desde 1935, quando as tropas de Mussolini tinham invadido o seu país. No norte da África, a invasão da Líbia pelos exércitos aliados foi repelida pelos ítalo-alemães ("Afrika Korps"), sob o comando do marechal Erwin Rommel, conhecido como a "Raposa do Deserto".

Entre os meses de maio e junho as tropas alemãs invadiram e tomaram a Iugoslávia e a Grécia. Em uma fuga espetacular da Alemanha, o segundo homem na hierarquia nazista, Randolph Hess, em um avião, voou para a Inglaterra para oferecer uma surpreendente proposta de paz, repelida veementemente pelo primeiro ministro Winston Churchill.

A vez da União Soviética

Em 22 de junho, após ter o controle de quase toda a Europa, Adolf Hitler ordenou o ataque de suas tropas, com apoio de seus aliados (Itália, Romênia, Bulgária e Hungria) contra a URSS, e ocupação do oeste do país comunista, a "Operação Barbarossa" (lembrando o imperador germânico do século XII, Frederico I, o "Barbaroxa").

O exército nazistas pegou Stalin e suas as tropas de surpresa e sitiaram as cidades de Leningrado, (em um cerco que durou 15 meses), chegando as tropas de Hitler até os subúrbios de Moscou, obrigando o ditador soviético Joseph Stalin e sua camarilha a fugirem da capital. Em dezembro, em virtude do rigoroso inverno, o governo de Berlim suspendeu a ofensiva contra Moscou.

Lutando praticamente sozinha desde o início da guerra, a Inglaterra ganhou um novo e mais importante aliado: os Estados Unidos, quando foram atacados em 7 de dezembro de 1941 em sua base naval de Pearl Harbor, no Havaí, pela Marinha do Japão. A entrada dos norte-americanos na guerra acabou mudando o curso da história.

Com o bloqueio imposto aos ingleses desde 1939, os alemães usaram como eficiente arma de guerra, os seus submarinos, os "U-Boat"; o intuito era fazer parar a ajuda econômica e militar vinda da América do Norte. As perdas da marinha mercante aliada foram imensas. Reagindo a esses ataques, as forças aéreas aliadas, com os bombardeiros americanos B-24 "Liberator", B-17 "Fortalezas Voadores" e os ingleses "Lancaster" despejaram no território alemão milhares de bombas, atingindo fábricas, estradas de ferro, instalações militares e cidades.

Após o fim do inverno, as tropas alemãs avançaram pelo sul da União Soviética, e no mês de agosto de 1942 sitiaram a cidade de Stalingrado. Stalin mobilizou todo o seu aparelho bélico e, com a ajuda da população civil, adotou a tática de "terra arrasada", que consistiu em destruir tudo que estivesse no caminho dos nazistas, com isso as tropas de Hitler ficaram com sérios problemas de abastecimento e de locomoção, retardando o seu avanço e os nazistas acabaram vítimas do chamado "general inverno", que resultou na primeira derrota das Wehrmacht. O desastre alemão na batalha de Stalingrado ocasionou a destruição ou a prisão de 22 divisões. Essa derrota representou a início do fim do III Reich.

No norte da África, o marechal Rommel, continuando sua invasão, entrou no Egito, chegando a curta distância de Alexandria, onde se concentravam as tropas aliadas. No mês de novembro de 1942, suas tropas foram repelidas em El Alamein, pelo exército comandado pelo marechal inglês Bernard Montgomery. Com a colaboração do Brasil, que cedeu bases no nordeste, os aliados desembarcaram tropas e armamento no Marrocos e Argélia; com a sua retaguarda ameaçada, as tropas de Rommel foram obrigadas a começar a sua retirada até a Líbia. Era o fim da campanha da África com a captura de mais de 250 mil prisioneiros ítalo-alemães, o que ocorreu em 23 de janeiro de 1943.

Rendição incondicional

No dia seguinte, aconteceu a capitulação alemã na África. Na Conferência de Casablanca, (Marrocos) o primeiro-ministro inglês Winston Churchill e o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt exigiram a rendição incondicional do Eixo (Alemanha e Itália).

Libertado o norte da África, os aliados puderam utilizá-lo como ponto de conquista da Sicília, o que aconteceu entre os meses de maio-agosto de 1943, essa invasão acarretou a queda de Mussolini em 25 de julho. Sob o comando do novo primeiro-ministro marechal Badoglio, e por pressão dos aliados, a Itália declarou em 3 de outubro de 1943 guerra à Alemanha, mas as tropas nazistas ocuparam a maior parte da península. A ocupação de Roma pelos aliados foi declarada. Com sua capital declarada "cidade aberta", a Itália é libertada com a ajuda das tropas da Força Expedicionária Brasileira " FEB.

O sul da França, que até então estava sob o controle dos colaboracionistas franceses, foi ocupado pelos alemães. No dia 6 de junho de 1944, teve início a "Operação Overlord", o conhecido "Dia D", quando os Aliados invadiram a região da Normandia, na zona do Canal da Mancha, no norte da França, na maior operação de guerra realizada no mundo até hoje. Em 25 de agosto, Paris é libertada. As tropas aliadas empurraram o exército nazista de volta para a Alemanha, depois de conterem uma contra-ofensiva nazista nas Ardenas.

Em 20 de julho de 1944, quando se encontrava em seu esconderijo na "Toca do Lobo", Adolf Hitler foi alvo de um frustrado atentado, realizado por descontentes com seu regime. Os envolvidos foram sumariamente julgados e mortos. Detendo a tecnologia mais avançada da época, os alemães lançavam as bombas "V" contra a Inglaterra e a Bélgica, causando pânico e grandes danos materiais e perdas humanas.

Em 12 de janeiro de 1945, reunindo todas as tropas e material bélico disponível, a União Soviética realizou grande ofensiva e expulsou os alemães de seu território e fez com que a Romênia e a Bulgária declarassem guerra ao governo do Reich. Os Russos começaram então a cercar à Alemanha para o ataque final.