Afonso de Luca interroga o homem e a arte através de colagens de tecidos e papéis

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
03/09/2009 13:17

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Afonso de Luca não escapou da vontade de realizar obras de arte através de colagens. Encontrou seu caminho, um caminho próprio nessa técnica, inovando tranquilamente com o uso de recortes de tecidos e de papéis, cubistas ou surrealistas, como, aliás, fazia Max Ernst.

A abstração que se exprime através dessas colagens permite ao artista escolher com grande liberdade tanto formas quanto cores, quase como uma improvisação musical. Mesmo nos formatos mais restritos, a pesquisa encontra-se cada vez mais depurada, mas sempre com uma dimensão que ultrapassa os limites do próprio quadro.

Apesar das colagens, De Luca não rompeu com o uso do pincel e do crayon. Misturando técnicas as mais diversas sobre tecidos ou telas, inclui tanto o preto quanto o branco e muitas cores, discretas ou fortes.

Sobrepondo desenhos às combinações múltiplas de figuras emblemáticas e simbólicas, encontramos a constante presença de Marilyn Monroe " quase uma fixação ", de Batman, esboços de caças e de teco-tecos, arranha-céus, acrescidos aqui e acolá de velocímetros, lábios, sandálias e toda sorte de objetos. Tudo isso recoberto de texturas florais salientes que conseguem formar, ao olhar do espectador, um verdadeiro "puzzle".

Com a decomposição dos elementos, Afonso de Luca interroga o homem e a arte na sua ilusória continuidade e demonstra que domina bem a sua expressão. Por outro lado, a principal fonte de inspiração visual do artista parece ser nitidamente ligada a fatos do cotidiano, paralelamente a lembranças de um passado cuidadosamente reconstituído no emaranhado de seu subconsciente.

Pedra de toque de uma nova antropologia, suas obras têm raízes tanto no histórico quanto no contemporâneo. Exemplos pertinentes são as obras "Batman" e "Marilyn", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, nas quais as imagens nascem de uma reflexão sobre os personagens e sobre os termos chaves da chamada pop art.



O artista

Afonso de Luca, que adotou o nome artístico de Fonthor, nasceu em São Paulo no ano de 1954. Formou-se em engenharia pela Faap e começou a pintar a partir de 1967. Por volta de 1971, viajou para a Europa, onde passou alguns anos.

Participou de muitas exposições coletivas e particulares, destacando-se entre elas: Salão de Artes Plásticas Estudantil de Americana (1968); Salão de Artes Plásticas de Campinas (1969); Salão de Artes Plásticas Estudantil de Hemel Hempstead, Inglaterra (1971); Iamspe, São Paulo (1982); Galeria Licci, Milão, Itália (1988); Vila Zoraide, São Paulo (1996); Galeria de Arte Centrinho, Granja Viana, São Paulo (2001 e 2002); 4º Salão de Arte do Sesc Amapá (2002); XXIX Salão de Arte Jovem do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, Santos (2002); XXIX Salão de Arte Jovem da Casa Cultural Brasil-Estados Unidos, São Vicente (2002); Museé d´Art de Mont-Saint Hilaire "L´Art Pour Tous, Tous Pour L´Art.", Quebec, Canadá (2002).

Possui obras em inúmeras coleções particulares e oficiais e no acervo do Museu do Parlamento de São Paulo.

alesp