Seminário na Assembléia debate agricultura urbana


30/05/2005 17:20

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Participantes do seminário na Assembléia Legislativa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/agric_B30mai.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> A agricultura urbana como instrumento de desenvolvimento local sustentável foi o tema de seminário<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/DSC_1804.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Paulo Kitamura, coordenador geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/agric_C30mai.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A agricultura urbana como instrumento de desenvolvimento local sustentável foi o tema de seminário, realizado nesta segunda-feira, 30/5, na Assembléia Legislativa, com o apoio dos deputados petistas Carlos Neder, José Zico Prado e Simão Pedro. O coordenador do Fórum de Agricultura Urbana da região metropolitana, Inácio da Silva, ressaltou na abertura dos trabalhos que o tema, desconhecido da sociedade até pouco tempo, tem adquirido um destaque nacional.

O parlamentar José Zico Prado, membro da Comissão de Agricultura e Pecuária da Assembléia, disse que "as atividades agrária e agrícola proporcionam não só uma melhor qualidade de vida, mas também são fatores de inclusão social". Ele afirmou, ainda, que os governos estadual e municipal podem ajudar, ao liberar o uso de locais públicos para a agricultura urbana. Segundo ele, o seminário deve apresentar propostas, que podem ser implementadas em todo o Estado de São Paulo.

Desperdício

O combate ao desperdício de gêneros alimentícios foi abordado por Simão Pedro. Segundo ele, "cerca de 30% dos alimentos são desperdiçados entre a colheita, transporte e armazenamento". Disse, ainda, que os grandes centros urbanos são abastecidos, em sua maior parte, por produtos oriundos de agricultura familiar.

Paulo Kitamura, coordenador geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), lembrou que para implantar uma "estratégia de desenvolvimento local de agricultura urbana" é imprescindível a realização de um "diagnóstico sócio-cultural bem feito, para saber as potencialidades da região".

"A ocupação a qualquer preço" foi combatida por Manoel Baltasar Batista, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Segundo ele, o crescimento desenfreado de grandes centros urbanos tem provocado danos terríveis ao meio ambiente. Para ele, as enchentes que atingiram São Paulo recentemente são decorrentes da impermeabilização do solo. Baltasar afirmou que, considerando o capital investido, a agricultura e a construção civil são as maiores geradoras de emprego. "Isto provoca grande inclusão social", concluiu.

O engenheiro agrônomo Afonso Peche Filho abordou a necessidade de se investir em tecnologia e treinamento para desenvolver uma política de agricultura urbana adequada. Já o expositor Renato Linhares de Assis, também pesquisador da Embrapa, colocou como vantagens deste sistema de produção a melhoria da renda familiar, a agregação da família, a redução da demanda de alimentos de outras regiões e melhor qualidade dos alimentos. Quanto às desvantagens, Linhares disse que a maior dificuldade existente nesse sistema de produção é a dependência que se tem do poder público, seja em relação à legislação, seja sobre o custeio.

À tarde, houve exposições de técnicos da Embrapa sobre programas de saneamento rural e produção de biofertilizante. Este último, o sistema de Fossa Séptica Biodigestora, chama a atenção por conjugar sistema de eliminação de coliformes fecais dos dejetos humanos e animais, ao mesmo tempo, produzir biofertilizante que. Outro projeto da empresa, este último visando agregar valor à produção de cenouras, é o da minicenoura: foi desenvolvida máquina para esculpir as minicenouras ou as cenouras em bolinhas, que hoje são encontradas nos supermercados.

Segurança alimentar

Dentro dos projetos que visam garantir segurança alimentar para as comunidades, está o do Banco de Alimentos. O projeto, desenvolvido na cidade de São Carlos, é uma iniciativa conjunta do Ceagesp local, da Associação dos Agricultores Familiares de São Carlos e da prefeitura, e visa reaproveitar os alimentos "desperdiçados", com supervisão de nutricionistas.

Membro da ONG Rede de Intercâmbio de Tecnologia Alternativa de Belo Horizonte, o expositor Simão fez uma exposição sobre os projetos de agricultura urbana naquela capital. Segundo ele, o sistema tem três programas: biodiversidade de culturas, agricultura familiar e agricultura urbana e segurança alimentar. A ONG trabalha em conjunto com o Centro de Vivência Agroecológica (Cevae), fundado em 1995 com base na Agenda 21 e nas resoluções da Eco 92, e promove a agricultura urbana em quintais de barros periféricos carentes, com o desenvolvimento de diversas técnicas de aproveitamento de pequenos espaços e terrenos. Os projetos são desenvolvidos em co-gestão com a prefeitura belorizontina.

A continuação deste seminário está prevista para o dia 10/6, quando serão debatidos assuntos referentes à conservação dos recursos naturais, produção agrícola e abastecimento alimentar em regiões metropolitanas, entre outros.

alesp