Um grito de alerta em defesa da Amazônia: a pintura emblemática de Naura Timm

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
16/10/2009 14:00

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Naura Timm<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2009/NAURA TIMM.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Naura Timm conquistou uma dimensão intelectual na qual não existe mais lugar para ilusões, mas tem todo o espaço na luta contra os inimigos da natureza e, de modo especial, de nossa Amazônia. Em suas obras, a artista condena uma sociedade que, depois de dar vida a seres humanos, os transforma, com suas misérias e hipocrisias, em destruidores da natureza.

A operação pictórica dessa artista possui um fluxo temático e morfológico complexo e grave e se constitui num chamamento resultante de seus ímpetos dramáticos. Suas pinturas são enérgicas, vivas: fremem e gritam. É o grito consciente de uma artista que alcançou uma clara visão da realidade de seu tempo e que sofre.

Pintura complexa, merecedora de um estudo mais profundo no mais amplo contexto. Pintura emblemática e explícita ao mesmo tempo, como deve ser qualquer expressão artística de denúncia.

Naura Timm conduz uma operação de solidariedade humana, antes mesmo que pictórica. Sobre o plano temático, o enfoque da artista refere-se ao mundo em que vivemos, onde homens impõem, a outros e à natureza, sofrimento e dilacerações.

Virtuosidade na cor e no enquadramento, além de uma técnica segura, são qualidades inerentes dessa artista, que possui, ainda, um desenho firme, preciso e delicado.

Luzes fortes, muitas vezes sinistras; cores impetuosas e explícitas, azuis-escuros e ambíguos, vermelhos queimados e verdes alusivos de recessos da consciência. E ainda marrons e amarelos em cadências tímbricas, que deslizam em direção a mutações tonais, por trás das quais não nos é dado saber se existirá um outro tormento ou uma franquia na luta pela existência.

A obra "Amazônia", de Naura Timm, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, nos revela um ser humano em cujos princípios estão a salvação da natureza e o recíproco empenho por um progresso tecnológico em harmonia com a sociedade.



A artista

Naura Timm nasceu em São Pedro do Sul (Rio Grande do Sul), em 1950. Estudou no Centro de Artes da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e no Instituto Brasileiro de Artes no Rio de Janeiro; formou-se pela Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. Em 1970 recebeu o Prêmio de Melhor Desenho na Universidade Federal de Santa Maria. Vive atualmente em Brasília, onde montou seu ateliê.

Participou, entre outros, do XXIII Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro (1974 e 1975); VI Salão Nacional de Arte (Belo Horizonte/MG); XXX Salão Paranaense de Artes Plásticas, Curitiba/PR (1974); Centro de Arte Contemporânea, Rio de Janeiro; Instituto Brasileiro de Artes, Rio de Janeiro (1975); Secretaria de Relaciones Exteriores, México; Palácio de Belas Artes, México; I Salão Nacional de Artes Plásticas do Rio de Janeiro, RJ; Projeto Arco Íris, RJ, PR, ES (1978); Galeria Oscar Seraphico, Brasília; Naura Timm y José Zuniga, Museu de Arte Moderna Guadalajara, México (1981); "Verão", "Abertura", "Outono", "Aniversário", Galeria Oscar Seraphico, Brasília; Coletiva Palácio Cultural, GO (1982); Artistas Contemporâneos En La Galeria Metropolitana, México; Galeria Yunuen, Cuernavaca, México; Itinerário de Artistas Brasilienses, SP, RJ, SC, RS e Brasília (1984); Embaixada da Colômbia (1993); Galena "Recuerdos de Garcia Lorca", 508 Sul, Brasília (1998).

Realizou exposições individuais na Galeria Casa Grande; I Salão Empresarial de Artes Plásticas de Goiás; Salão da Caixa Econômica de Goiás, Goiânia; Salão de Arte Contemporânea, SP (1976); Galeria Vasp, Brasília; I Salão de Desenho e Gravura, Brasília; II Documento de Arte do Centro-Oeste, Brasília; Salão de Arte Fantástica, Museu da Imagem e do Som, SP; II Salão Nacional de Arte Moderna, RJ (1979); Galeria Parnaso, Brasília; Museu de Arte do Rio Grande do Sul, RS; Naura Timm y José Zuniga, Museu de Arte Moderna Guadalajara, México (1981); Galeria do Teatro Nacional de Brasília (1983, 1990, 1991 e 1995); Galeria Centro de Artes e Letras da UFSM, RS; Palácio Municipal da Cultura, GO,Naura Timm y Fernando Badillo, Galeria da Universidade Metropolitana, México (1983); Galeria Contemporânea, Brasília (1984); Galeria do Hotel Nacional, Brasília; Galeria do Ibeu, RJ; Teatro Cuanhtêmoc, México; Galeria Performance, Brasília; Galeria Multi Arte, GO; Galeria Casa de La Paz, México; Atelier Rufino Tamayo, Oaxaca, México; Galeria Sandiz, Brasília; Museu de Arte de Santa Catarina, SC (1986); Centro de Estudios Brasileños, México (1987); Instituto Francés de América Latina, México (1985 e 1988); Galeria Contemporânea de Arte Brasília; BSB (1989); Museu de Arte Goiânia, GO; Arte na Rua e Arte na Torre: Fixtéticos (abertura de espaço através da Secretaria de Cultura e Unb), Brasília (1992); Instituto de Cultura Hispânica, Brasília (1982, 1987, 1993 e 1994); Embaixada do México, Brasília (1994); Museu de Goiânia, Museu de Brasília; Teatro Nacional; Instalação na Fundação Cultural, Brasília (1995); Atelier de M. Godoy, Atelier: A Ceia dos Sem-Terra (1998); Atelier pessoal: Adão e Eva no Planalto Central Paixão, Versus, Compaixão, Homenagem às Mães (1999).

Possui obras em diversas coleções particulares e oficiais e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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