Mayumi reúne em sua obra apontamentos de um diário íntimo que fixa momentos de vida

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
28/02/2007 15:44

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Julia Mayumi Ueno<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-Julia Mayumi Ueno.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

É freqüente em muitos artistas de nossos dias a obsessão em utilizar uma temática nova. A maior satisfação desses artistas é poder dizer que os motivos de seus quadros são originais e foram por eles inventados. Existem, porém, outros, como Mayumi, para os quais o tema e a linguagem não constituem problemas prioritários: pintam tão-somente se abandonando ao prazer de pintar e isso basta. A obra surge lentamente e, durante certo tempo, o mesmo motivo pode aflorar com variações.

Mayumi acredita que pode fazer pintura com qualquer tema, misturando natureza-morta e objetos diversos. Esta relação, tão simples entre as coisas e a artista, se reflete em sua produção e o resultado é um colóquio que corre fluido e inteligente.

Seus quadros são como apontamentos de um diário íntimo cujas anotações não são feitas para ser lidas por outros, mas tão-somente para fixar momentos da própria vida. Trata-se de uma espécie de monólogo através do qual ela se tenta ver mais claramente dentro de si mesma.

Admirando-as atentamente, suas obras constituem um verdadeiro diário. Cada quadro é um estado de espírito no qual a artista procura fixar sobre a tela a variação do momento. Boa técnica, excelente desenho e equilíbrio cromático formam, em seus quadros, a história da sensibilidade pictórica de Mayumi.

Uma vez descoberta a sua natureza mais autêntica, a artista não tem outra preocupação se não aquela de afinar seus instrumentos expressivos para colher também as imperceptíveis variações de seu estado de espírito.

Através da obra Jornal da Manhã, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, observa-se que Mayumi transmite sua sensibilidade oriental numa colocação moderna que já caracterizou os impressionistas com suas influências.



A artista

Mayumi, pseudônimo artístico de Julia Mayumi Ueno, nasceu em Pompéia (SP), no oeste paulista, em 1951.

Após formar-se em psicologia, desenvolveu suas aptidões artísticas na Academia Paulista de Belas Artes e no ateliê do professor Rodrigues Coelho.

Participou de diversas exposições e salões de arte, destacando-se entre eles: Galeria Portinari, São Paulo; Espaço Amorc, São Paulo; "Encontro com a Arte", Associação Internacional de Artistas Plásticos, São Paulo; Bienal do Imigrante, Edifício Ciccillo Matarazzo, Parque do Ibirapuera, São Paulo; e Grande Mostra de Artes Plásticas Jockey Club, São Paulo.

Esteve presente ainda em exposições coletivas no Japão, Portugal, China e Taiwan e suas obras encontram-se em coleções particulares no Brasil e no Exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp