IBGE aponta maior crescimento populacional no interior

Dados do último censo também comprovam forte predominância feminina na população brasileira
09/12/2002 13:02

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DA REDAÇÃO*

De acordo com estudo do IBGE, a população residente no interior cresceu mais do que a dos municípios das capitais brasileiras no período entre os censos de 1991 e 2000, com taxas de crescimento de 1,66% e 1,60%, respectivamente, para o conjunto do país.

O crescimento do interior ocorreu principalmente na região Sudeste (1,89%), onde os municípios das capitais tiveram taxa de crescimento de 0,88%. Embora as capitais da região concentrem quase a metade da população total das capitais brasileiras, essa participação vem declinando. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, conhecidas como áreas de atração migratória, vêm reduzindo sua participação dentro dos estados, o que indica um processo de saturação dos grandes centros urbanos.

Segundo os técnicos do IBGE, porém, o crescimento da população do interior ( que tem áreas urbanas e rurais) não significa crescimento da população rural, que teve taxa negativa (-1,31%) entre 1991 e 2000. Em 2000, as regiões metropolitanas brasileiras e a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal reuniam, em conjunto, mais de 68 milhões de habitantes, ou seja, 40,06% da população total do País. O último censo contabilizou 22 regiões metropolitanas.

Predominância feminina

Quanto ao total dos municípios brasileiros, a maioria (66,99%) apresentou perda populacional ou taxas de crescimento negativas. Nos municípios com mais de 20 mil habitantes, as taxas de crescimento são positivas, com destaque para aqueles que têm entre 100 e 500 mil habitantes ( 3,03%).

Apesar de o Censo 2000 ter revelado forte predominância feminina na população brasileira (são 96,93 homens para cada 100 mulheres), é curioso observar que o grupo de 15 a 24 anos atingiu equilíbrio demográfico entre os sexos (100,31 homens para cada 100 mulheres). A diferença entre homens e mulheres foi diminuindo nesse grupo, desde 1980, o que não ocorre com o grupo de idosos de 65 anos ou mais, que sempre apresentou um excedente de mulheres. Na faixa de 0 a 14 anos, os censos ao longo dos anos apontam predominância masculina, alcançando em 2000, relação de 103,02 homens para cada 100 mulheres.

A razão de dependência - relação de crianças (0 a 14 anos) e idosos para cada 100 pessoas potencialmente ativas (15 a 64 anos) - caiu bastante no Brasil desde 1950, passando de 79,49 para 54,93, em 2000, por efeito do processo de estreitamento na base da pirâmide etária. Os municípios com mais de 100 mil habitantes apresentam razões de dependência inferiores à média nacional. Quanto ao envelhecimento da população, os maiores índices se encontram nos municípios com até 5 mil habitantes e naqueles com mais de 500 mil.

Esses dados estão detalhados na publicação Tendências Demográficas, uma avaliação dos resultados do universo do Censo Demográfico 2000, que traz tabelas, gráficos e análises, dando um panorama da evolução demográfica no Brasil e em cada unidade da federação. A publicação traz ainda estudos sobre a evolução da alfabetização, do rendimento e instrução dos responsáveis pelos domicílios, e características dos domicílios brasileiros.

Fonte: Departamento de Comunicação Social do IBGE

alesp