DA REDAÇÃO Férias. Esse foi o motivo alegado pelo delegado da Polícia Civil Ettore Capalbo Sobrinho, por meio de seu advogado, para não atender pela segunda vez às convocações feitas pela CPI federal da Pirataria. O depoimento de Capalbo estava marcado para esta sexta-feira, 31/10, na Assembléia Legislativa, onde parte da comissão estava reunida.Capalbo já havia sido convocado pela CPI no dia 19 de setembro. Em seu lugar veio um atestado médico, informando que o delegado estava internado por suspeita de acidente vascular cerebral.Recuperado e em férias, Capalbo provocou indignação nos membros da CPI, que decidiram intimá-lo. "Agora, ele será obrigado a comparecer", afirmou o deputado Luís Antônio Medeiros (PL/SP), presidente da CPI. Os deputados federais querem ouvir Capalbo a respeito das suspeitas de seu envolvimento no esquema de contrabando de Roberto Eleutério dos Santos, o Lobão. A cadeira dos depoentes permaneceu vazia durante toda a reunião da CPI. Convocados, os representantes de duas empresas de importação de CDs virgens, Caihong Max Mídia do Brasil e Oubras, também não compareceram. A advogada de Tain Fuiming, proprietário da Caihong, justificou a ausência de seu cliente com a alegação de compromissos inadiáveis. Os representantes da Oubras, o brasileiro Laerte José dos Santos e dois chineses conhecidos por Fernando e Shirley, não foram localizados, pois o endereço fornecido à CPI era falso.Os parlamentares solicitarão à Justiça cópias dos processos em que os juízes federais João Carlos da Rocha Mattos, Casem Mazloum e Ali Mazloum, que atuam em São Paulo, liberaram acusados de contrabando e mercadorias apreendidas. Os deputados querem montar um dossiê antes de convocá-los para depor.Com a promessa de revelações que irão incriminar juízes federais de São Paulo, os membros da CPI deverão trazer para depor na Assembléia Legislativa, nesta segunda-feira, 3/11, um ex-delegado da polícia federal.