Fascinada, antes de tudo, pelas cores e pelas formas da flora que reproduz, a artista Célia Canosa evidencia em suas telas a satisfação de quem reencontra na própria criatividade as mesmas intensidades e os mesmos valores cromáticos que provocam a sua admiração e a do observador frente ao fascínio da natureza tropical. Pintar a flora e a fauna da mata atlântica é inerente ao seu temperamento e à sua sensibilidade, que reclama o meio expressivo mais adequado para alcançar, também tecnicamente, a visualização do próprio mundo poético. Utilizando pintura a óleo, acrílico ou aquarela, além de desenhos a nanquim, a linguagem de Célia Canosa é despojada de complicações e, partindo de um dado emocional genuíno e sincero, se entrega à luminosidade das tintas e a uma elaboração moderna e cadenciada. Os meios expressivos são simples porque marcados com uma absoluta necessidade de clareza. Eles manifestam o vivo desejo de comunicar as formas poéticas de seu sentimento alheio a qualquer estrutura intelectualística. Em suas obras sente-se a cor sonante e uma impostação gráfica decisiva, que adquirem tonalidades fortes e precisas. Em "Bromélia", obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Célia Canosa se envolve no entusiasmo que o tema lhe suscita e faz sentir a natureza em constante vibração. A artista Célia Canosa, pseudônimo de Célia Regina Canosa, nasceu em São Paulo (SP) em 1965. De formação universitária em química e farmácia industrial, tornou-se artista plástica especializando-se na flora e fauna da mata atlântica. Estudou desenho e pintura em São Paulo, na Vila Galeria de Arte, em 1993; desenho e perspectiva com o professor Hans Hornig, em Paraty (RJ); pintura impressionista com Chico Souza; pintura indígena com Helon Brasil; criação de imagens a partir de textos literários, no Instituto Tomie Ohtake; e curso de sumi-e e historia da arte japonesa com Suely Shiba. Participou de inúmeras exposições coletivas: Galeria de Artes da Vila Madalena, São Paulo, SP (1995); I Festival de Artes de Paraty, Galeria Flamboyant (2001); Festival de Inverno dos Artistas de Paraty (2003); "Janelas de Paraty" (2004); e I e II Leilão de Artes de Paraty (2005). A artista mantém uma exposição permanente na Pousada Bromélias, em Paraty, onde reside e instalou seu ateliê. Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no exterior e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.