Acervo Artístico: Idmach, Israel Dias Machado

A pintura de Idmach entrelaçada sobre uma dialética de libertação
12/03/2004 15:32

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Emanuel von Lauenstein Massarani

A pintura de Idmach se exalta no contraste íntimo entre tradição histórico-cultural e um impulso profundo individual. Trata-se de uma pintura intimamente entrelaçada sobre uma dialética que se instaura exatamente quando deseja se libertar de antecedentes ou "cânones" experimentados, que na vida de um artista são estados formativos, para depois desencadear aquele valor ideal que existe dentro de si.

A palavra não pode substituir ou simplesmente indicar o sentimento que acompanha suas obras e que convida o espectador a observá-las de frente e a efetuar uma leitura com extremo interesse.

Pintura suave, mas, ao mesmo tempo, precisa. Ela impressiona o observador que, sem querer, é induzido a analisar a obra e descobrir que a variação cromática dá lugar a notas de elevado lirismo.

Sem se afastar demasiado dos esquemas da pintura tradicional - aluno que foi de Augusto Silva, Osvaldo Teixeira e Ismailovitch -, o artista revela um "seu mundo", onde brotam notas e particularidades que caracterizam eficazmente certos estados de alma e dão às obras uma linguagem estrutural própria.

Idmach é considerado o criador da prática da pintura a "pastel com os dedos", técnica que lhe permite desenvolver efeitos extraordinários de luz, sombra e brilho. Na obra "Homenagem aos 450 anos de São Paulo", doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, encontramos as linhas de um discurso pictórico repleto de significações.

O Artista

Idmach, pseudônimo artístico de Israel Dias Machado, nasceu em 1933 na cidade de Salvador, Bahia. Na década de 1950, mudou-se para a Ilha de Paquetá, onde face às dificuldades financeiras teve que trabalhar numa pensão em troca de comida e moradia.

Certo dia, ao entregar marmitas, chegou a uma casa especial. Através da porta entreaberta, viu um cavalete de pintura. Quem segurava os pincéis, totalmente absorvido em seu trabalho, era o mestre do impressionismo brasileiro, Augusto Silva. As marmitas esfriaram, mas nasceu ali uma amizade que mudaria sua vida. Além das primeiras noções técnicas, o mestre ensinaria outras lições, como observar a natureza e o estreito relacionamento da pintura com a música.

Em 1959, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes, levando na bagagem uma base estética invejável. Lá, além do próprio Augusto Silva, os mestres Osvaldo Teixeira, Onofre Penteado e Ismailovitch completaram sua formação.

Funcionário aposentado da Rede Ferroviária Federal, fundou os Museus de Transportes de São João D'El Rey e do Rio de Janeiro, é membro do clube dos Poetas e Compositores do Brasil e presidente do Clube Idmach do Brasil.

Possui obras na Academia Naval do Egito, no consulado do Brasil em Marselha e no Salão Nobre das Docas de Belém do Pará. Ganhou mais de 30 prêmios e realizou diversas exposições no Brasil e no Exterior.

alesp