Envolvendo pintura, escultura e arquitetura Sidney Lacerda cria o seu construtivismo

Emanuel von Lauenstein Massarani
10/11/2003 14:00

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A obra Cidade dos Sonhos, vista em perspectiva.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CsonhosSidney101103.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Cidade dos Sonhos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CsonhosASidney101103.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Sideney Lacerda, cria obras que se relacionam particularmente com a geometria.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/sidneycsonhos101103.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Quem tem a ocasião de se aproximar da obra de Sidney Lacerda se encanta com a clareza com a qual o artista simplifica cada coisa a fim de obter a verdadeira substância de sua mensagem. No desenvolvimento de suas composições não figurativas, usa seus temas dentro de linhas as mais diversificadas.

Sem subterfúgios ou nostalgias românticas, desenvolve um discurso rigoroso mas sempre próximo aos problemas da civilização em que vivemos. Esse vigor tornou-se para ele um costume que o afasta de todo e qualquer modismo temporário. Participando da vida de nossos dias, não entendida como espetáculo ou aparência, mas como fonte de experimentação, encontramos em sua obra a raízes realísticas.

No abstracionismo é comum descobrirmos duas correntes: a tendência a um lirismo entendido como pura aspiração formal e outra mais perto a certos influxos do Bauhaus, em direção a uma arte de pura percepção que busca superar todo limite entre pintura, grafismo, escultura, arquitetura, produto funcional ou arte aplicada a industria.

Embora apaixonado pelas experiências, Sidney Lacerda não renuncia à pintura: cria obras que se relacionam particularmente com a geometria e um certo construtivismo, desenvolvidos como evolução de linhas irregulares, num ritmo modulado, onde a cor tímbrica acentua a idéia do infinito. São composições inventadas com rigorosa tensão mental, que se impõe por sua limpidez criativa.

Suas recentes composições da série "Construções oníricas" nos apresentam na realidade um novo conceito urbanístico-arquitetural. Partindo de pequenos objetos tridimensionais aplicados em suporte de madeira e envolvidos com uma forração de mica, terra ou de tinta, o artista alcança uma idéia arquitetônica que se relaciona muitas vezes a um plano de construções de uma típica cidade satélite.

Na obra Cidade dos Sonhos, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, Sidney Lacerda se move do cubismo, não em direção a uma estática monumentalidade de volumes mas para colher, através do rigor estilístico e o equilíbrio das imagens, o sabor da emoção de viver.

O Artista

Sidney Lacerda (pseudônimo artístico de Sidney Chaves Lacerda), nasceu em 1966, em Bandeiras, Minas Gerais. Mudou-se para São Paulo em 1982 com sua família, onde fez o curso secundário.

Iniciou-se nas artes com a professora e crítico de arte Ernestina Karmann, com quem teve aulas de história da arte e pintura. Fez cursos complementares de cerâmica esmaltada, raku e escultura em argila.

Sua primeira apresentação em São Paulo foi em 1992, com uma performance no Espaço Multivisão do Centro Cultural do Liceu de Artes e Ofícios intitulada "O mundo em que vivo".

Participou ainda das seguintes exposições: Oficina Cultural Tibor David, SP (1993); "Regresso", no Atelier do artista (1994); Painel ABCA - Associação Brasileira de críticos de arte (1995); "Encontro com a arte", Clube Esperia, SP (1996); "Mapa Cultural Paulista", Taboão da Serra (1998); "Passaggem" no Atelier do Artista (1999); Pinacoteca "Gaffree Guinle", Santos (2000); Galeria Paulo Prado, SP (2002) e "Beauty Concept", Espaço Cultural Anhembi (2003).

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