Projeto Rios de São Paulo, da TV Globo, é homenageado em sessão solene

Série de reportagens da emissora discute a qualidade da água dos rios, a coleta e o tratamento de esgoto
27/10/2011 19:00

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Michael Fox, Ulisses Tassinari, Renata de Luca, João Caramez, Glória Vanique, Dan Robson e Paulo Massada<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2011/AtoSolGloboTiete27out11MarcoNomeada.JPG' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2011/AtoSolGloboTiete27out11Marco1.JPG' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Em sessão solene realizada nesta quinta-feira, 27/10, no auditório Franco Montoro, a representante da Rede Globo, Renata de Lucca, a repórter Glória Vanique, o cinegrafista Mikael Fox e o ambientalista Dan Robson foram homenageados pela série de reportagens da emissora intitulada Projeto Rios de São Paulo, que se propôs a discutir a qualidade de água dos rios paulistas, a coleta e o tratamento de esgoto.

A homenagem foi proposta pelo deputado João Caramez (PSDB), que coordena a Frente Parlamentar das Hidrovias e é autor da lei que instituiu a Semana de Preservação do Rio Tietê.

No Projeto Rios de São Paulo, a Rede Globo em parceria com o Instituto de Pesquisa Tecnológico da Universidade de São Paulo (IPT-USP) desenvolveu um dispositivo flutuante dotado de duas microcâmeras, um GPS e um sensor que mede a quantidade de oxigênio na água. Flutuando pelas águas do Tietê, o dispositivo foi acompanhado pelo caiaque do esportista Dan Robson, pelo rio e, em terra, pela equipe de jornalismo da Globo. As primeiras medições e reportagens aconteceram em 2009. Agora em 2011, nos meses de agosto e setembro, Robson, a repórter Glória Vanique e o cinegrafista Mikael Fox acompanharam o flutuador por 500km, desde a cidade de Biritiba-Mirim, próximo à nascente do rio Tietê, em Salesópolis, até Barra Bonita.

De acordo com Glória Vanique, o Projeto Rios de São Paulo não pretendeu fazer uma análise total da situação do rio, mas levantar algumas das questões do problema e fazer um alerta à sociedade. "Não podemos ver o rio sujo, poluído, achar normal e se acomodar", disse a repórter, ao relatar a situação encontrada em alguns dos municípios pelos quais passou durante o trabalho de investigação jornalística. Para Mikael Fox, que falou da dificuldade de mostrar por imagens toda a poluição e a degradação do Tietê, "se cada um fizer a sua parte, o rio poderá ser o que era há 50 anos atrás". Também otimista, Dan Robson acredita que o país tem capacidade, tecnologia e dinheiro para a recuperação. "É só trabalhar, e teremos água limpa no Tietê", considerou.

Para Itamar Borges (PMDB), presente à sessão, a homenagem à equipe da Rede Globo é da maior justeza, tendo em vista a contribuição do Projeto Rios de São Paulo para o "despertar da consciência ambiental em toda a comunidade".



Expectativas



Além de outras autoridades que prestigiaram o evento, o secretario de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, manifestou-se de forma otimista em relação à recuperação do rio paulista. Segundo Aparecido, com o início da última etapa do Projeto Tietê, que começou em 1993 e deverá ser concluída em 2022, o governo do Estado terá feito investimentos superiores a R$ 7 bilhões para solucionar os problemas de poluição do rio. "Com o trabalho conjunto, incluindo Parlamento, Executivo, imprensa, sociedade, conseguiremos fazer o rio reviver", disse o secretário. A constituição de uma câmara técnica sobre o Tietê, no âmbito da recém-criada Região Metropolitana de São Paulo, é para um secretário também motivo de expectativas positivas.

Compondo a mesa do evento, Paulo Massato, diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), considerou que, relativamente ao saneamento, "há uma dívida com o Brasil como um todo". Segundo ele, a importância do problema do saneamento está refletida no esforço do governo Alckmin de fixar como meta tratar 100% dos esgotos da Região Metropolitana até 2020. Ele alertou para o fato de que mudanças climáticas, com chuvas muito fortes e períodos de seca de grande magnitude, podem acarretar problemas de abastecimento nos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. "Chegamos no limite, com a metade dos 20 milhões de habitantes da região abastecida com água da bacia do Tietê e a outra pela bacia do rio Piracicaba", avaliou Massato, para quem a responsabilidade é de toda a sociedade. "Todas as atividades humanas, desde as que acontecem nas nossas casas até no comércio, na agricultura, na indústria, contribuem para a poluição do rio", afirmou.

O prefeito de Barra Bonita, José Carlos de Mello Teixeira, agradeceu à Rede Globo pelas reportagens, dizendo que elas ajudaram a acelerar a destinação de recursos para obras de saneamento na cidade. Vereadora de Salesópolis presente à homenagem lembrou que além de tratar os esgotos coletados, como já acontece na cidade, é preciso resolver o problema dos loteamentos irregulares.

João Caramez também mereceu homenagens durante a sessão, recebendo das mãos da vereadora Christa, de Barra Bonita, Moção de Aplauso, aprovada pela Câmara Municipal, pelo trabalho que o deputado tem realizado pela educação em meio ambiente e pela revitalização do Tietê.

No final do evento, João Caramez fez o lançamento do manifesto Cuidadores do Rio Tietê, com o qual espera ampliar a ação que vem desenvolvendo e que, segundo ele, decorre da opção pela política que marca sua trajetória.

Os homenageados foram agraciados com troféu que reproduz o Tietê no mapa de São Paulo, numa escultura da artista Norma Santaella. Esse foi o primeiro prêmio recebido pelo Projeto Rios de São Paulo no Estado. (MS)

alesp