Floreal Arias pinta com ansiedade episódios da crônica cotidiana

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
30/11/2005 16:16

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A pintura de Floreal Arias é harmoniosa, imediata, límpida, envolvida de poesia, luz e cor, pois o artista não ama as complicações das quadraturas. Suas paisagens e seus personagens possuem uma impostação da máxima simplicidade. A sua paleta varia, explicitamente, de quadro a quadro, pois transfere para a tela, além das figurações, seu estado de alma que, como para cada ser humano, são mutáveis.

Com uma técnica verista, minuciosamente descrita, propõe em suas telas uma nítida clareza. Às dotes de profundo conhecedor do desenho, ele acrescenta o calor da emoção evitando as sobreposições de cores. O que conta para o artista é a força com a qual diz o que sente, numa transposição direta e imediata, sem diafragmas que possam interromper o fluxo das sensações.

A impressão que prova o observador frente as obras de Floreal é de uma pintura que "grita" pela força que a sustenta e a vivifica. Da acurada e prestigiosa elaboração de seus trabalhos transparece uma índole sensível paralelamente a uma técnica refinada. Sua personalidade original permanece evidente também através da objetividade do tema em virtude de uma espiritualidade superior vivificante.

O pintor conduz em tempos diversos os temas selecionados dentro de uma ordem mental e uma inata disposição a extrinsecar a emoção para evocar não íncubos ou sonhos, mas realidades significativas transfiguradas de uma alma poética elevada ao sentido lírico do fato.

Na obra "Repouso", doada ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o artista pinta com ansiedade o drama social, retratando episódios da crônica cotidiana e o vulto triste e apagado dos protagonistas de rua.



O Artista

Floreal, pseudônimo artístico de Floreal Arias, nasceu na cidade de Iquique, no Chile, em 1950. Desde criança demonstrou marcante afeição pelo desenho, tendo iniciado seus estudos na matéria e em pintura sob a orientação da Professora Maria Luiza Rodrigues Soto.

Em andanças por diversas regiões, e constantemente se dedicando à pintura, passou a interessar-se mais pela figura humana, extraindo seus temas das diferentes realidades que encontra.

A maior parte de seu trabalho está centrada na problemática da marginalidade urbana. Paralelamente a esta temática social, o artista também se dedica a outros temas em pastel.

Desenhos em nanquim, lápis de cor, figuras modeladas em argila, além de micro-esculturas em cera, de diferentes motivos, fundidas em prata e ouro para serem transformadas em jóias, também fazem parte de sua criatividade.

Entre 1970 e 1980 participou das seguintes exposições: Barrancas, Santiago, Antofagasta, Copiapó, Arica, no Chile;Tacna, Lima, Peru; La Paz, Bolívia; São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Embu, Guairá, Barretos, Limeira, SP; Cayene,Guyana Francesa. De 1980 a 1990 expôs em São Paulo, Brasil; Cayene, Kourou, Sinamary, St. Laurence de Maroni, Guyana Francesa; Santiago, Chile, e de 1990 a 2000 em São Paulo, Salvador, Ribeirão Preto, Brasil; Santiago, Talcahuano, no Chile.

Recebeu a Grande Medalha de Bronze, no XIV Salão de Artes Plásticas do Embu, São Paulo e a Grande Medalha de Ouro no XVII Salão de Artes Plásticas do Embu, São Paulo.

Possui obras em coleções particulares no Brasil, Chile, Peru, Guyana Francesa e no Acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp