Na noite desta última sexta-feira, dia 18/9, foi realizado um ato promovido pela deputada Maria Lucia Prandi (PT) para homenagear o líder ambientalista Ernesto Zwarg. O auditório Teotônio Vilela contou com a presença de um público interessado na temática ambiental, além da família e de amigos de Zwarg. O propósito da homenagem foi, segundo a parlamentar, incentivar a perpetuação da memória do ambientalista. Prandi iniciou o evento com a leitura da carta de um dos filhos de Zwarg e convidou personagens como o religioso Frei Alamiro, a vereadora Regina, da Câmara de Itanhaém, a representante do Ibama, Ingrid Oberg e, da fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, para compor a mesa dos trabalhos. Houve ainda uma apresentação de vídeo que mostrou o percurso da vida do ambientalista, inclusive com cenas do seu projeto no complexo ecológico Juréia-Itatins. O público manifestou emoção quando a deputada Maria Lúcia Prandi, em nome da Assembleia Legislativa, entregou aos familiares uma placa de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelo ambientalista. Ernesto Zwarg foi conhecido por sua preocupação com as questões ecológicas, o que incentivou seu filho Marcio Zwarg declarar que "nós estamos sujando a nossa própria casa (planeta Terra) e, por isso, vivemos um momento muito sério e preocupante com o aquecimento global". Mario Mantovani, da fundação Mata Atlântica, discursou a respeito do trabalho que Zwarg desenvolveu contra a instalação de usinas nucleares no paraíso ecológico da Juréia, declarando: "Ernesto Zwarg era a grande referência para as questões do meio ambiente, lutava contra as instalações de usinas na Juréia". A deputada Maria Lucia Prandi comentou sobre a luta de Zwarg em prol de um meio ambiente melhor, considerando que na época da ditadura foi difícil, e ele, mesmo assim, não se intimidou. "Quando a ditadura militar impunha medo e silêncio, ele enfrentava, foi a força motriz que levou ao tombamento do maciço da Juréia e a criação da estação de preservação de belezas que a Unesco declarou como patrimônio natural mundial", lembrou a deputada Prandi. Trajetória Zwarg não foi somente um ativista político, mas também filósofo, e propôs pela primeira vez no Brasil, a desobediência civil, divulgando as idéias de Henry David Thoreau. Em 1985, liderando um grupo de vinte ativistas, enfrentou o Exército, sendo chamado para impedir a realização de um protesto na Juréia. Ele era um ferrenho opositor do militarismo e fez questão de marcar sua posição nesta luta. Zwarg foi um dos fundadores da associação Paulista de Proteção à Natureza (APPN) e da Assembleia Permanente em Defesa do Meio Ambiente de São Paulo (Apedema/SP). Militou ao lado de Miguel Abellar, Cláudio Becaccia, José Lutzemberger, Aziz Ab Saber, Paulo Affonso Leme Machado, Paulo Nogueira Neto, Sérgio Sérvulo da Cunha, Domingos Stamato e Nilo Sérgio Diniz, entre outros.