Promotor defende equipes e varas especializadas para casos de pedofilia


25/05/2010 18:55

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José Carlos Blat<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2010/PEDOFILIAJoseCarlosBlat6mau.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> José Carlos Blat  e  José Bruno<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2010/PEDOFILIAJoseCarlosBlateAfonsoLobato19MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> CPI da Pedofilia reúne-se na Assembleia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2010/PEDOFILIAGeralMAU_1302.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A criação de varas especializadas e de grupos multidisciplinares para o atendimento a vítimas de pedofilia foi defendida pelo promotor criminal José Carlos Blat. "Não se trata de uma vítima qualquer, e a abordagem feita por delegados, promotores e juízes pode acentuar o trauma", ele afirmou em depoimento à CPI da Pedofilia nesta terça-feira, 25/5. A comissão é presidida pelo deputado José Bruno (DEM).

Segundo Blat, as instituições estão aparelhadas para qualquer investigação, mas o atendimento a crianças e adolescentes requer certas especificidades. "Muitas vezes um delegado ouve a criança quatro ou cinco vezes, pressiona porque acha que encontrou incoerências na história. Talvez ele não faça isso por mal, mas porque está despreparado para a situação", avaliou Blat.



CPI da Pedofilia



Para Blat, delegados, promotores e juízes precisam de treinamento para lidar com vítimas.

Delegacias especializadas, com salas adequadas e profissionais da área de assistência social e psicologia, poderiam minimizar essas dificuldades quando recebem vítimas de pedofilia. "Mas não adianta ter delegacia especializada se depois o caso vai cair numa vara criminal, onde o atendimento especial não tem prosseguimento", ele observou.

Por isso Blat propõe a implantação de varas especializadas e a criação de grupos especiais no Ministério Público, com promotores da Infância e Juventude e com treinamento especial. "Eu mesmo não me sinto preparado para atuar num caso desses, com uma criança", destacou. E o mesmo aconteceria, segundo ele, com juízes, que às vezes até tratam a vítima de modo excessivamente infantil, sem o tato psicológico necessário.

Blat, da 1ª Promotoria Criminal da Capital, atuou no caso do médico Eugênio Chipkevitch, que molestava adolescentes sob seus cuidados e filmava esses atos. Chipkevitch foi preso em 2001. Desde essa época, pouca coisa mudou nas condições que as instituições policiais e jurídicas têm para combater casos como esse, avaliou o promotor.

Além do presidente da CPI, também participaram da reunião a relatora Beth Sahão (PT), o vice-presidente Geraldo Vinholi (PSDB), Ed Thomas (PSB), Afonso Lobato (PV), Haifa Madi (PDT) e Gilmaci Santos (PRB).

alesp