Assembléia debate tema da Campanha da Fraternidade 2004: Fraternidade e Água


19/03/2004 19:44

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Associação de Vila Missionária, presidida por Jamil Antonio dos Santos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/agua3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Hélio Castro, superintendente de Tratamento de Água da Sabesp e o deputado  Padre Afonso Lobato, debatem sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2004 - CNBB<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/agua2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Da Redação

Por iniciativa do deputado Padre Afonso Lobato (PV), a Assembléia Legislativa promoveu nesta sexta-feira, 19/3, debate sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2004 - CNBB, "Fraternidade e Água", com a participação de representantes de segmentos interessados na política pública de Recursos Hídricos. Na abertura, foi exibido vídeo da Band Vale, que mostra as precárias condições em que se encontram os recursos naturais no Estado.

Segundo Dom Fernando Legal, responsável pela campanha da CNBB, a água está ligada à vida. "Temos, além dos princípios religiosos, os éticos." A proposta da campanha foi feita por um cardeal de Salvador (BA), que sugeriu a adesão da CNBB à Campanha Nacional da Cáritas, cuja meta é a construção de 1 milhão de cisternas, a partir do efetivo apoio financeiro às famílias carentes que desejam realizar o projeto. "O elemento água não pode ser privativo de uma minoria favorecida", concluiu Dom Fernando.

O professor Luis Antonio Amaral, coordenador da campanha, disse que a questão da água é fundamental. "A Campanha da Fraternidade nasceu há 40 anos, por apelo do papa João XXIII, que queria a igreja voltada à comunidade. É isso que aconteceu, a Igreja ocupou espaços na defesa dos mais pobres."

Segundo o professor, o Brasil tem entre 12% e 14% da água doce do mundo que tem sido contaminada diariamente. "É preciso criar a cultura de respeito pela água."

A Associação de Vila Missionária, presidida por Jamil Antonio dos Santos, apresentou proposta para a criação do agente comunitário de defesa das águas. Segundo o presidente, o agente poderá contribuir na preservação de recursos hídricos, de forma a minimizar a crise no abastecimento de água.

Código de Águas

O prefeito de Rio Claro, Cláudio de Mauro, lançou o Código de Águas no Estado, a partir de pesquisa sobre água e consumo. Segundo o prefeito, em cada produto final há utilização no processo de elaboração ou de cultivo.

"As crianças de hoje não vêem mais rios, apenas esgotos a céu aberto", disse Mauro, lembrando que o rio tinha um papel importante na vida da comunidade.

De acordo com o prefeito, os comitês de bacias têm representação dos municípios e dos usuários. "Bem utilizados, os comitês são instrumentos para melhorar a qualidade de vida, por meio do exercício da cidadania."

O maior problema da seca se concentra na Grande São Paulo e a demanda por água, prevê o prefeito, promete ser o maior problema do terceiro milênio.

A deputada Ana Martins (PCdoB) afirmou que é preciso adotar uma postura de preservação da água. "É muito difícil viver com pouca água, sobretudo num país onde mais de 40% da população não conta com saneamento básico."

Ana Martins afirmou que os rios Tietê e Pinheiros não são tratados, procedimento de responsabilidade dos gestores públicos.

"O país precisa ser soberano e cuidar de seus recursos hídricos. Não precisamos da balela americana de que a Amazônia tem que ser preservada pelos países do primeiro mundo", concluiu a deputada.

Hélio Castro, superintendente de Tratamento de Água da Sabesp, disse que os rios se avolumam nos cursos, tendo as nascentes com fios de água. "Esse é o problema da Grande São Paulo, a região fica muito próxima às nascentes de água."

O superintendente destacou a importância das represas, constituídas para armazenar água pluvial, a ser consumida quando chega a estiagem. "A Capital vive uma situação incomum. Enchentes paralelas à escassez no abastecimento de água, uma vez que as represas se encontram com volumes baixos. Exemplo disso é a Cantareira que conta com 17% de sua capacidade."

Castro informou que esse é o motivo pelo qual o governo está promovendo campanha popular de incentivo de economia no consumo de água.

Para ele, é necessário que a população participe, ajudando na conservação ambiental. "Cada pequeno papel de bala jogado na rua, após a chuva, é levado para os rios e compromete a qualidade de vida. Afinal, o rio é o retrato da qualidade de vida daqueles que vivem em seu entorno."

alesp