Aconteceu nesta quinta-feira, 23/10, o Seminário Energia Limpa: Mecanismos de Sustentabilidade e a Cooperação Franco-Brasileira, no Auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa. O evento faz parte do Fórum Brasil-França, que discutiu as fontes de energias renováveis e mecanismos de sustentabilidade e tecnologias entre os dois países. O presidente do Salão Brasil em Paris, José Luiz de Paula Jr., disse que a aliança entre os dois países já é antiga e que, atualmente, são parceiros em diversas áreas como tecnologia, informática e, principalmente, biocombustíveis. Segundo ele, é necessário que o Brasil valorize mais suas marcas, pois o país não tem o reconhecimento internacional de seus produtos, como é o caso do etanol, que não tem nenhuma marca referendando-o como um produto brasileiro. Projetos da Petrobrás A gerente de Energias Renováveis do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), Maria Cristina Saba, abriu o ciclo de palestras com o tema A estratégia da Petrobrás na Pesquisa e Desenvolvimento de Biocombustíveis. Na sua avaliação, diversos fatores contribuíram para que essa estratégia fosse desenvolvida, como o aquecimento global e o alto preço do petróleo combinado com a necessidade de reduzir a importação. Maria Cristina disse também que são quatro os principais projetos que estão em desenvolvimento pela Petrobrás: H-Bio (utiliza o óleo vegetal), Biodiesel (utiliza grãos como soja, girassol e manona), Bioetanol (utiliza biomassa, ou seja, bagaço de cana de açúcar, restos de madeira etc) e Combustíveis Sintéticos (utiliza as mais variadas fontes como pneus, carvão etc). De acordo com ela, os investimentos em tecnologias reduzem os custo para a produção do novo combustível. "No ano de 2007 foram produzidos 22 bilhões de litros de etanol, mas, se a tecnologia de reaproveitamento do bagaço já tivesse sido implantada, seriam produzidos 4,5 bilhões de litros a mais", afirmou. Inovação tecnológica A segunda palestra foi ministrada pelo professor Weber Amaral, da Universidade de São Paulo, sobre o tema: A importância da Inovação Tecnológica para a Sustentabilidade das cadeias de Biocombustíveis. O professor afirmou que os investimentos feitos em tecnologias ajudam não só porque estimulam novas descobertas, mas também porque valorizam as ações da empresa, propiciando o seu crescimento. "O Brasil só ocupa a posição de liderança com os biocombustíveis porque investiu em tecnologia e isso obrigou o mercado interno a se adaptar ao tipo de tecnologia desenvolvida", disse Amaral. "Essa inovação foi a chave para a criação de um forte mercado interno representado, hoje, por 80 % de carros flex no país". Marcelo Poppe, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), esteve presente no evento atuando como moderador do seminário. Para ele, a produtividade do país não se dá apenas pelas condições de clima adequado, mas também graças ao investimento em tecnologias no setor.