Facilidade de expressão e inspiração pouco comuns são uma constante de Milan Horvat. Pintor de origem serva e de formação acadêmica, que não abandonou o figurativismo, embora tenha se libertado de sua submissão. Seu figurativismo se alimenta das experiências dos cubistas. Sua imagem adquire uma força arquitetônica própria ao absorver os valores do cubismo.Sua tendência cubista é individualizada por angústia patética que encontramos na maioria de suas telas. Nada de hermetismo, mas uma síntese que se exerce sobre a plástica e a gama cromática capazes de evocar, em alguns casos, a arte do vitral ou dos antigos afrescos.Manifestadamente nos encontramos na presença de obras inspiradas por uma forma de misticismo moderno, tendo em vista a acentuação voluntária do traço, os tons profundos, as harmonias surdas e contidas, de onde nasce um ascetismo que as isola das correntes exteriores.Personalidade, originalidade e espírito de invenção, constituem a marca de sua genialidade pictórica, onde podemos apreciar uma notável fantasia e uma desenvolvida imaginação construtiva. Seu desenho e seu cromatismo possuem características interessantes e audaciosas. Tudo é construído solidamente, paisagens, figuras ou cidades. A cor e o sentido de espaço reavivam seus quadros, onde com rara habilidade o pintor reproduz a luz, presença dominante em todas as suas obras.D. H. Kahnweiler, o grande iniciador da arte cubista, dizia: "O cubismo foi inicialmente uma escola de disciplina e acabou se transformando numa escola de liberdade". É essa liberdade que Milan Horvat sempre defendeu, como podemos observar na obra que integra o Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, onde o artista "destrói" o tema e o recompõe de outra maneira. Em síntese, rompe com o traço arquitetônico e recria artisticamente a temática escolhida.O ArtistaMilan Horvat nasceu em Novi Sad, Sérvia, no ano de 1946. Estudou na Academia Superior de Artes Plásticas de sua cidade natal e formou-se pela Universidade de Belgrado. Ainda estudante, ganhou o 1º Prêmio do concurso para decorar a Faculdade de Medicina de sua cidade.Desde 1973 mudou-se para o Brasil estabelecendo residência em Bragança Paulista, onde mantém um atelier e cursos de Pintura e História da Arte. Além da pintura, dedica-se à escultura e relevos em cobre e concreto.Realizou exposições individuais em Don Jpa, em Vincovel, em Maidampek, e no Atelier 212, em Belgrado. Em São Paulo, expôs na Dan Galeria, na Galeria Jocal, em Santo Amaro, e na Galeria da Hebraica.Entre as exposições coletivas, ressalta-se: Lions Clube do Brasil, na Galeria Prestes Maia; Centro de Convivência Cultural de Campinas; Galeria Amor à Arte; Chroma Galeria de Arte, em São Paulo; e Hotel Savoy em Campos do Jordão. No exterior expôs nas capitais da Hungria, França e Itália.Participou de inúmeros concursos, tendo sido premiado para realizar o busto do Marechal Tito, presidente da Iugoslávia. Suas obras encontram-se em coleções particulares e oficiais, no Brasil e no exterior.