Relatório final da Conferência de Durban poderá ser votado nesta quarta

Documento deverá propor medidas concretas de combate ao racismo
04/09/2001 20:36

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DA REDAÇÃO

O deputado Nivaldo Santana (PCdoB) voltou a fazer, por telefone, um balanço das atividades da III Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, que se realiza em Durban, na África do Sul. Santana é o representante da Assembléia Legislativa de São Paulo no evento, promovido pela ONU.

O parlamentar informou que nesta quarta-feira, 5/9, poderão ser aprovados o documento do encontro paralelo organizado pelas ONGs e o relatório final da conferência principal. Segundo ele, o relatório deverá ser estruturado em três pontos básicos: causas e raízes da intolerância, suas conseqüências na vida das pessoas e propostas concretas de combate ao racismo. Em eventos desse tipo, os documentos oficiais só podem ser aprovados por unanimidade. "É um processo difícil porque o consenso é dificultado pelos países que se recusam a aceitar políticas mais avançadas neste campo", afirmou Santana. "Mas existe um sério esforço para se produzir um documento que represente um progresso real em todo o mundo."

Santana comentou ainda a manifestação realizada pelos membros da delegação brasileira favoráveis à inclusão no relatório final de medidas concretas de reparação à comunidade negra por danos sofridos no período da escravidão. De acordo com ele, a manifestação foi pacífica, mas chegou a parar o ônibus que levava os representantes oficiais do Brasil ao Centro de Convenções de Durban, onde a conferência se realiza.

Segundo o deputado, os trabalhos desta terça-feira, 4/9, foram marcados sobretudo pela decisão dos Estados Unidos e de Israel de abandonar a conferência. Para justificar a medida, ambas as delegações alegaram o crescimento, durante os debates, de um bloco anti-sionista fortemente contrário aos interesses israelenses. Santana acredita que, apesar das justificativas, o verdadeiro motivo para a saída dos Estados Unidos é a dificuldade de lidar com os próprios conflitos étnicos.

alesp