Belmiro Baio: obras impregnadas de simbolismo através da transformação de materiais metálicos O escultor Belmiro Baio está convencido de que a pesquisa operante e contínua é a condição principal para prosseguir na aventura criativa. Não há dúvida de que a condição que qualifica a criação artística é uma pesquisa difícil, até mesmo exigente, sobretudo se testemunharmos a rapidez da mutação dos objetos e dos equipamentos. Caracterizada fundamentalmente pelo aproveitamento e pela integração dos mais diversos materiais e de resíduos metálicos rejeitados pelo consumismo de nossos dias, o escultor leva sua pesquisa artística à mais completa maturidade. O interesse de Belmiro Baio se dirige a todo material que se tornou inservível para a produção de objetos de utilidade prática. São os restos metálicos que o fascinam e o estimulam à realização de suas composições, que, mesmo sendo de elementos disparatados, não carecem de rigor formal. Deve-se notar, também, que o escultor prefere esconder sua formação estético-cultural lançando-se num conflito entre esteticismo e invenção, que se conclui pela intervenção negativa do primeiro sobre a segunda: trata-se do velho problema da erudição contra o instinto. Baio se atém a essa conclusão. Suas obras são justamente o que se pode esperar de um esteticista: são destinadas a provocar, a chocar sobre diversos planos, mas agradam pelo embelezamento pop que apresentam. Juntamente com o desejo de obter "muito além das aparências" a dimensão de certas formas, o artista demonstra ter uma atração profunda pelos materiais que utiliza de maneira quase sensual e compulsiva. Na obra "Memória do Campo", doada ao Museu da Escultura ao Ar Livre, e instalada nos jardins do Palácio 9 de Julho, Belmiro Baio se apropria de elementos até há pouco excluídos da arte, dando-lhes um simbolismo significativo. O artista Belmiro Baio nasceu em Itápolis (SP), em 1970, onde vive e instalou seu ateliê. Graduou-se em educação artística, especializando-se em didática pela Faculdade de Educação São Luís, de Jaboticabal (SP). Paralelamente a suas atividades artísticas e especialista que é em todo tipo de escultora, moldes e fundição, é professor de curso profissionalizante de escultura em seu ateliê e de graduação e pós-graduação na Faculdade São Luís. Ministra aulas de estética e história da arte nessa faculdade, onde realizou um curso sobre "Diferentes Rumos da Arte Atual" e outro sobre "A Estrutura na Escultura", na VII Semana de Arquitetura e Urbanismo, no Centro Universitário de Araraquara. Realizou as seguintes mostras individuais: Sérgio Buarque de Holanda (2000 e 2002); Rotary Clube de Itápolis, SP (2004); e 11ª Semana de Arte e Cultura da USP, São Carlos (2006). E as seguintes exposições coletivas: Faculdade São Luís, de Jaboticabal, SP (2000 a 2005); II Território de Arte de Araraquara, SP (2004); Espaço Cultural do Novo Shopping de Ribeirão Preto, SP; Semana de Portinari, Brodowski, SP (2002 a 2006); Semana de Arte da Faculdade São Luís, em Jaboticabal, SP (2000 a 2006); Expo Deplás, em Jaboticabal (1999 a 2006); I Mostra de Arte Parceria, Rotary Clube de Itápolis, SP (2005); II Mostra de Artes Plásticas em Itápolis, SP (2006); Casa de Portugal, São Paulo (2004); III e IV Bienal de Arte e Cultura de Jaboticabal, SP. Participou ainda de salões de artes em Araraquara e Barretos (1999), Ribeirão Preto (2001), Matão (2002 e 2004) e Tabatinga (2004). Recebeu prêmios em Araraquara (1999) e Jaboticabal (2002) e pelo Mapa Cultural Paulista (2002 e 2004). Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e nos acervos do Museu da Maçonaria de Itápolis, na Galeria Brasil Itália, em Itápolis, na Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda, no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo e no Museu de Arte do Esporte Olímpico.