UNE, UEE e UMES anunciam manifestação por mais investimentos em ensino "Menos juros, mais educação." Foi essa a palavra de ordem repetida pelos participantes da sessão solene realizada nesta segunda-feira, 8/8, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Presidida pelo deputado João Paulo Rillo (PT), a sessão antecipou as homenagens ao Dia do Estudante, comemorado em 11 de agosto. Representantes da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), da União Estadual dos Estudantes (UEE) e da União Nacional dos Estudantes (UNE) aproveitaram a solenidade para dar início à jornada de luta que será marcada por várias manifestações ao longo desta semana. "Vamos tomar a cidade, no dia 11 de agosto para pedir mais investimentos em educação", disse Priscila Casale, presidente da UMES. Os deputados Rui Falcão (PT), 1º secretário da Assembleia, Alencar Santana (PT) e Olimpio Gomes (PDT), o deputado federal Vicente Cândido (PT/SP) e o vereador paulistano Alfredinho participaram da homenagem. Os parlamentares destacaram o papel do movimento estudantil nas principais lutas populares da história recente do país. A campanha O Petróleo é Nosso, a resistência à ditadura militar, a campanha pelas Diretas Já e o movimento dos caras pintadas pelo impeachment do presidente Collor foram alguns dos marcos lembrados para ressaltar a atuação política dos estudantes. Rui Falcão destacou as recentes manifestações da juventude em várias partes do mundo, a exemplo da Espanha e do Chile, e disse que os jovens brasileiros precisam se engajar nas discussões sobre a reforma política. Segundo ele, a juventude não deve se limitar a ter como única perspectiva o acesso ao mercado de trabalho. "Os jovens precisam ter uma formação mais duradoura, mais acesso à cultura, ao lazer e ao esporte. Precisam aproveitar a vida", disse. Olimpio Gomes reforçou a importância da mobilização estudantil na luta por mais investimentos na educação. "A classe política se move em função das pressões", disse ele. Já o deputado federal Vicente Cândido destacou o fato de os estudantes colocarem na pauta a redução da taxa de juros neste momento em que o mundo enfrenta a ameaça de uma grande crise internacional. Segundo Cândido, é importante mobilizar o país para que 7% do PIB seja investido em educação. A secretária-geral da UNE, Michelle Bressan, considerou como importante vitória do movimento estudantil a recente aprovação da lei da meia-entrada. Além de manter o direito já conquistado, a nova lei o estende a estudantes do ensino técnico e dos cursinhos pré-vestibulares. O vice-presidente da UEE, Anderson Gonzaga, apontou também a necessidade de garantir que os recursos gerados com o petróleo do pré-sal sejam dirigidos ao investimento em educação. A luta por mais investimentos em educação, que marca a jornada de luta dos estudantes neste ano, foca principalmente a política monetária e a manutenção das elevadas taxas de juros no Brasil. Segundo Priscila Casale, da UMES, para romper com a ideia de um Brasil subdesenvolvido e dependente, é preciso acabar com a política de juros altos. "Os juros estratosféricos só servem para os grandes grupos financeiros extraírem as riquezas do país", disse ela, ao convocar os estudantes para as manifestações do 11 de Agosto, na avenida Paulista.