Seminário discute epilepsia para contribuir com o combate ao preconceito


09/09/2005 16:29

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Seminário "Epilepsia Fora das Sombras"<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/EPILEPSIA2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Exposição <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/expo2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A discussão aberta, a informação e o combate ao preconceito são alguns dos caminhos propostos pelo seminário "Epilepsia Fora das Sombras", realizado nesta sexta-feira, 9/9, na Assembléia Legislativa, para promover melhor qualidade de vida para os portadores dessa síndrome. O evento, promovido pela Liderança do Partido Verde e pela Associação Brasileira de Epilepsia, reuniu médicos dos principais hospitais de São Paulo e especialistas, para debater os aspectos clínicos e comportamentais da epilepsia.

"É preciso vencer o preconceito, e para isso é importante promover discussões como a que estamos fazendo hoje", afirmou o deputado Giba Marson, líder do PV na Assembléia. Ele apontou também a necessidade de criação de um cadastro estadual dos portadores de epilepsia. "A partir desse dimensionamento, será possível traçar uma política pública específica, com fornecimento de medicamentos e acompanhamento médico", propôs Marson.

Parte da medicação para epilepsia já é fornecida pela rede pública, mas a distribuição é irregular, informa a diretora da Associação Brasileira de Epilepsia, Regina Muszkat. "A rede diz que está pronta, mas não está", ela afirmou.

Por isso, a ABE propõe, como uma frente de atuação, a qualidade do tratamento, com regularização não só do atendimento em postos de saúde e do fornecimento de remédios, como também com a melhoria do conhecimento clínico dos médicos sobre a epilepsia. Segunda a entidade, o tratamento adequado permite que 75% dos pacientes mantenham as crises sob controle.

A outra frente de atuação busca a qualidade de vida. "Precisamos abrir na sociedade um movimento de inclusão para os epilépticos, porque eles não são inaptos para uma série de atividades e enfrentam dificuldades e preconceitos na escola e no mercado de trabalho", pondera Regina.

Há cerca de três milhões de epilépticos no Brasil. A Associação Brasileira de Epilepsia foi fundada em 1987 e tem em seu cadastro 550 pessoas. Ela realiza na última segunda-feira do mês, à noite, reunião entre pacientes e familiares. Está montando também grupos de familiares e de pais de crianças epilépticas, e pretende reativar um serviço de palestras em escolas e instituições, que anteriormente prestava com maior freqüência.

Mais informações sobre o trabalho da entidade podem ser obtidas no site www.epilepsiabrasil.org.br, pelo telefone 5549-3819 ou pelo e-mail abe@epilepsiabrasil.org.br.

Arte e epilepsia

A programação do seminário incluiu uma exposição do Projeto Arte e Vida, coordenado pela professora Julieta. Desenvolvido pela Associação Brasileira de Epilepsia e pelo laboratório Abbot, o programa adota a arte, especialmente a pintura, como recurso terapêutico para auxiliar a melhoria da qualidade de vida. As atividades de criação artística desenvolvidas por pessoas com epilepsia incentivam a manifestação de potencialidades, conhecimento e expressão de conflitos e favorecendo a integração social. Na história desse tipo de distúrbio neurológico, muitos artistas se celebrizaram, entre os quais destacam-se Machado de Assis, Gustave Flaubert, Fiódor Dostoievski e Van Gogh, um dos grandes nomes da pintura. A exposição na Assembléia Legislativa reuniu algumas composições dos participantes do projeto.

alesp