ILP promove curso de Literatura Paulista

As inscrições estão abertas na página do ILP no Portal da Alesp
04/08/2006 21:09

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Castro Alves<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/CAstro Alves.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Monteiro Lobato<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Monteiro Lobato2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Adoniran Barbosa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/ADONIRAN.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Juó Bananére<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/juo bananere.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Álvares de Azevedo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/alvares de azevedo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mariana Estevam<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Mariana 0060.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Alcântara Machado<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Alcantara Machado2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mário de Andrade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/mariodeandrade.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Lygia Fagundes Telles<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/lygia Fagundes.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

 


Com 65 vagas " 43 das quais foram preenchidas no primeiro dia de inscrições ", o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) promove, de 21/8 a 1º/9, um curso de Literatura Paulista, com carga de 25 horas. As aulas acontecerão no prédio do ILP, das 18h45 às 21h15.

O curso será ministrado pela professora de Literatura Brasileira Mariana Estevam, formada em letras e psicologia pela Universidade de São Paulo, com mestrado, também realizado na USP, em Teoria Literária e Literatura Comparada, na área de Literatura e Psicanálise. Mariana tem ainda título de especialista em Literatura Quebequense pela Université du Québec à Montréal (UQAM), no Canadá, instituição onde também lecionou Português Brasileiro entre 2003 e 2004.

A organização do curso surgiu da idéia de o Legislativo estadual ser também um agente difusor da cultura paulista. "Ele foi idealizado pelo ILP, pela então diretora Lia Baraúna, que apontou o interesse da Assembléia em difundir o conhecimento sobre o Estado de São Paulo, tanto para os funcionários quanto para o público externo", comenta Mariana, ressaltando que a literatura se comunica com a história do Legislativo, já que a arte retrata seu tempo.

A professora destaca a importância do curso que desenvolveu, pois o tema Literatura Paulista é pouco difundido, mesmo nos cursos de graduação e de mestrado de Letras. "Quando nós falamos em literatura paulista, os dois principais nomes lembrados são Monteiro Lobato e a contemporânea Lygia Fagundes Telles", explica Mariana.

Mariana, funcionária efetiva da Assembléia Legislativa desde 1999, ano em que se aposentou no Banco do Brasil, já foi professora voluntária durante vários anos em um cursinho pré-vestibular para alunos de baixa renda fundado por alunos das faculdades de letras e de jornalismo da USP. Lamentando nunca ter podido lecionar na rede pública por estar submetida a regime de trabalho de dedicação exclusiva no Banco do Brasil, Mariana Estevam deve exercer definitivamente o magistério, a partir de 2007, no Canadá. "Em Montreal, há carência de professores de Literatura e Língua Portuguesa que sejam nativos", explicou.

Conceito

O primeiro tema a ser abordado no curso será a definição de literatura: uma arte que se comunica com o que veio antes, com cânones a serem obedecidos. "Dependendo do que se vai narrar, é necessário que se siga o que alguém fez antes. O que uma pessoa faz quando escreve uma poesia para a namorada normalmente não é literatura", explica.

Mariana Estevam engloba na Literatura Paulista autores que nascem, vivem ou escrevem sobre São Paulo, por isso sua obra inicial é a carta de Pero Vaz de Caminha, tão importante que foi reescrita por Oswald de Andrade, no Movimento Pau-Brasil. Seguindo esse conceito, também estão incluídos os escritos de José de Anchieta, embora tenha nascido nas Ilhas Canárias. "Ele escreveu para as pessoas de São Paulo de Piratininga."

São Paulo como assunto

Já o período dos bandeirantes também só foi retratado posteriormente. O livro "As Minas de Prata" foi escrito pelo cearense José de Alencar no período do romantismo, e "A Muralha", publicado em 1954, pela paulista Dinah Silveira de Queiroz.

Segundo a professora, Álvares de Azevedo " que morreu antes de completar 21 anos " é o primeiro paulista do romantismo, movimento muito ligado em São Paulo à Faculdade de Direito, que atraiu autores como o baiano Castro Alves ou Fagundes Varella, que, tendo nascido no interior do Rio, também retratou a provinciana São Paulo de 1860.

No pré-modernismo, Monteiro Lobato fala sobre o caipira paulista, e o romance "Madame Pommery", de Hilário Tácito, descreve a vida noturna no começo do século.

Mário de Andrade e Oswald de Andrade são os autores abordados no modernismo. "Vamos tratar também de Patrícia Galvão, a Pagu. Seus textos não são relevantes na literatura, mas ela é importante para São Paulo", explica Mariana, lembrando que no conjunto da literatura brasileira são poucos os autores paulistas que se destacam. "O próprio Monteiro Lobato é mais associado à literatura infantil e à política do que à literatura de São Paulo", lamenta.

Ontem e hoje

"O curso abordará também a história de São Paulo ligada à história do Brasil, já que tivemos, por exemplo, quase 400 anos de escravidão no país. Temos de ver como isso se refletiu na vida do brasileiro e na literatura", alerta.

Para retratar o contexto de Alcântara Machado, a professora explica que, com o fim da escravidão e a chegada dos imigrantes, foi estabelecido que os ricos e suas mansões ficariam nos Campos Elíseos, de um lado da linha férrea, enquanto os pobres estariam restritos à Barra Funda, ao Brás e ao Bom Retiro. Juó Bananéri e Adoniran Barbosa também falam do imigrante, delineando um italiano que tenta falar o português com a gramática de sua língua pátria. "São muitos autores, cada um ligado à sua época."

Entre os modernos, Mariana destaca Lygia Fagundes Telles, com seus contos e o livro "As Meninas", mas dá também destaque ao contemporâneo Ferréz, com sua literatura marginal inserida no movimento hip-hop. "Tendo publicado 'Capão Pecado' em 2000, Ferréz fala sobre a realidade do Capão Redondo e para as pessoas do bairro. Ele leu muito, por isso sabe como escrever. Mesmo usando o linguajar de seu público, o que ele faz é literatura."

Monteiro Lobato

Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu em Taubaté, no interior de São Paulo, em 1882. Formado em direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em "Urupês", obra-prima deste famoso escritor.

Álvares de Azevedo

É um dos vultos exponenciais do romantismo. Embora tenha morrido aos 20 anos, produziu uma obra poética de alto nível, deixando registrada sua incapacidade de adaptação ao mundo real. Nasceu em 12 de setembro de 1831, em São Paulo, onde seu pai estudava, e transferiu-se cedo para o Rio de Janeiro, só retornando aos 16 anos para cursar a Faculdade de Direito, que não chegou a completar. Morreu no Rio de Janeiro devido a um tumor. Escreveu em poesia "Lira dos Vinte Anos" (1853), "Conde Lopo" (1866), "Poema do Frade e Pedro Ivo", o conto "A noite na Taverna" (1855) e a peça teatral "Macário" (1855).

Castro Alves

Nasceu em 14 de março de 1847 na comarca de Cachoeira, na Bahia, e morreu a 6 de julho de 1871, em Salvador. Em 1862 ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Em São Paulo, encontrou nas Arcadas a mais brilhante das gerações, na qual se encontravam Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Bias Fortes e outros. Viveu, então, os seus dias de maior glória. Castro Alves pertenceu à terceira geração da Poesia Romântica (Social ou Condoreira), caracterizada pelos ideais abolicionistas e republicanos, sendo considerado a maior expressão da época. Escreveu "Espumas Flutuantes", "Gonzaga" ou "A Revolução de Minas", "Cachoeira de Paulo Afonso", "Vozes D'África" e "O Navio Negreiro".

Mário de Andrade

Poeta, romancista, ensaísta, crítico literário, músico e etnólogo, Mário Raul de Moraes Andrade foi uma das figuras mais marcantes do cenário literário de São Paulo e do país. Nascido na capital em 1893, formou-se em ciências e letras e também em piano pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde, posteriormente, lecionou História da Música e Estética. O primeiro contato que Mário teve com o movimento de renovação artística em formação foi por meio da exposição da pintora Anita Malfatti. Nessa época, começou a escrever contos e poemas e a colaborar ocasionalmente com jornais e revistas como crítico de arte e cronista. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo " movimento que inovou a arte brasileira. Oswald de Andrade dedicou a ele o poema "Meu Poeta Futurista", publicado no "Jornal do Commercio", de São Paulo. Mário de Andrade escreveu o romance "Amar, Verbo Intransitivo", o livro de poesias "Lira Paulista" e vários outros. "Macunaíma " O Herói sem Caráter", de 1928, um dos seus maiores sucessos, foi uma inovação literária, numa mistura narrativa de epopéia, lirismo, mitologia, folclore e linguagem popular. Morreu em 1945, já reconhecido como um vanguardista em três décadas de intensa atividade.



Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles, advogada, contista e romancista, nasceu em São Paulo, em 1923. Formou-se na Escola Superior de Educação Física e, a seguir, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde participou ativamente da vida literária da universidade. Foi procuradora do Estado, presidente da Fundação Cinemateca Brasileira e vice-presidente da União Brasileira de Escritores. Publicou seu primeiro livro, "Praia", em 1954. Contos de Lygia figuram em antologias nacionais e estrangeiras, como o caso de "Antes do Baile Verde". Escreveu ainda, entre outros, o romance "Ciranda de Pedra" e o livro de contos "Histórias do Desencontro". Integra, desde 1985, a Academia Brasileira de Letras, tendo recebido vários prêmios por sua obra. O Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio do Instituto Nacional do Livro, o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e o Prêmio Ficção, da Associação Paulista dos Críticos de Arte, são exemplos do reconhecimento ao seu talento literário.



Alcântara Machado

Antônio Castilho de Alcântara Machado D"Oliveira nasceu em São Paulo, em 1901. Formou-se em direito, mas nunca exerceu a profissão, tendo se dedicado ao jornalismo " foi redator-chefe do "Jornal do Commercio". Em 1926, lançou seu primeiro livro, de crônicas, "Pathé-Baby". No mesmo ano fundou a revista "Terra Roxa e Outras Terras". Em "Brás, Bexiga e Barra Funda", livro marcado pela narrativa curta, semelhante à linguagem jornalística, Alcântara Machado revela sua preocupação em descrever os habitantes e os costumes dos moradores dos bairros humildes da capital paulistana. Daí fez surgir um novo tipo de personagem na literatura brasileira: o ítalo-brasileiro. Fundou a "Revista de Antropologia", em 1928, ao lado de Oswald de Andrade e Raul Bopp. Dirigiu também a "Revista Hora", com Mário de Andrade. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi candidato a deputado federal. Eleito, morreu em 1935, antes de assumir o cargo.

Juó Bananére

Este é o pseudônimo de um dos grandes autores do humor literário das décadas de 20 e 30 em São Paulo. Alexandre Ribeiro Marcondes Machado nasceu em Pindamonhangaba (SP) e estudou na Politécnica da USP. Antes disso, porém, morou em Araraquara e Campinas, o que lhe propiciou conhecer o interior do Estado.

Além de ser um grande engenheiro, Bananére trabalhou como jornalista para o "Estado de S. Paulo" e escreveu crônicas para o tablóide "O Pirralho", do modernista Oswald de Andrade. Seus versos parodiavam produções de Olavo Bilac, Gonçalves Dias e Luís de Camões e suas críticas perturbavam políticos como Washington Luís e Hermes da Fonseca.

Morador do bairro paulistano do Bexiga, Bananére tinha como principal fonte de inspiração os imigrantes italianos de São Paulo.

Adoniran Barbosa

Nascido em Valinhos (SP) em 1910, João Rubinato adotou o nome artístico de Adoniran Barbosa. Sem concluir os estudos primários, Adoniran trabalhou em diversas atividades: entregador de marmita, varredor de lojas, vendedor de meias, operário, garçom e metalúrgico.

Foi em 1993 que fez sua primeira participação em programa de rádio, cantando na Rádio Fontoura, em São Paulo. Sua primeira composição de Carnaval viria dois anos depois, Dona Boa, canção vencedora de concurso da prefeitura paulistana. O primeiro disco foi gravado em 1936.

Cantor e compositor, Adoniran também atuou em filmes como "Nadando em Dinheiro" e "O Cangaceiro".

Adoniran teve versos publicados após sua morte (1982), na obra "Poemas Avulsos", editada em 1987.

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