Cidade eficiente depende de transporte de massa, avaliam especialistas


24/05/2006 18:24

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Seminário Transporte Urbano " Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável, realizado pela Comissão de Transportes e Comunicações <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Semtransp378 mauri.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Especialistas em transportes compõem a mesa do seminário<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Semtransp232 mauri.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A União precisa destinar mais recursos à implantação de infra-estrutura para sistemas de transporte de massa, propôs o engenheiro Ronaldo Rocha, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), durante o seminário Transporte Urbano " Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável, realizado pela Comissão de Transportes e Comunicações da Assembléia Legislativa nesta quarta-feira, 24/5.

"O governo federal deveria investir em transporte estruturador no mínimo 25% da parte que lhe cabe na CIDE-Combustíveis (imposto sobre a comercialização no mercado interno e na importação, pago pelo produtor, pelo formulador e pelo importador)", afirmou Rocha. Segundo ele, 50% dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico repassados ao Estado são destinados a infra-estrutura nesse setor, enquanto no âmbito municipal a porcentagem chega à totalidade.

Ele defendeu ainda a maior alocação de verbas no Orçamento Geral da União e mudanças legais na forma de encarar esses investimentos. "O Brasil é o único país do mundo que inclui os investimentos em infra-estrutura no cálculo do déficit público. Isso impede separar, por exemplo, os recursos para uma linha de metrô daqueles destinados à construção de um chafariz", disse.

Rocha deu exemplos de países que superaram dificuldades econômicas com investimentos no setor e alertou que o transporte feito por uma linha de metrô em São Paulo equivale àquele feito por nove faixas de ônibus e 33 faixas de automóveis. "Dispor de uma rede adequada de transporte de massa é condição para termos uma cidade eficiente", ele concluiu.

O seminário, que em seu último módulo discutiu "Recursos e Gestão", contou ainda com a participação dos engenheiros Peter Alouche e Luiz Carlos Moura, especialistas em transportes. Ao fazer um panorama das relações institucionais na área, Moura criticou a predominância de uma mentalidade financista, que pensa a economia apenas no curto prazo. "Precisamos isolar um pouco as ações dos financistas se quisermos ter um sistema de transporte eficiente", avaliou. Para ele, faz parte da mesma linha de raciocínio a "privatização de empresas que estão dando certo, e a comunidade precisa lutar contra essa idéia".

Os debates promovidos pelo seminário, realizado por proposta do deputado José Zico Prado (PT), devem transformar-se em relatórios que vão subsidiar a criação de grupos de trabalho na Comissão de Transportes e Comunicações.

alesp