Os ataques do vandalismo

OPINIÃO - Afanasio Jazadji*
03/12/2002 18:55

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Os vândalos atacaram outra vez um dos mais novos monumentos do país: a estátua de Carlos Drummond de Andrade, no Rio de Janeiro, de bronze que reproduz o poeta em tamanho natural, sentado num banco diante da Praia de Copacabana. Foi inaugurado em 31 de outubro, quando do centenário de Drummond, e pichado logo no dia seguinte. A pichação foi removida mas, apenas três semanas depois, houve novo ataque dos vândalos: desta vez, destruíram a haste dos óculos do poeta.

É o caso de se perguntar: até quando o vandalismo vai continuar atacando e emporcalhando os edifícios em quase todas as cidades do Brasil? Em São Paulo, o monumento ao campeão Ayrton Senna, situado na entrada do Túnel do Ibirapuera, ficou preservado enquanto uma equipe da guarda municipal protegia a obra. Os guardas saíram, o carro de Senna foi pichado. A Avenida Santo Amaro é uma vergonha: não há uma só parede que não esteja pichada. Tem de haver castigo para esses cretinos, que picham pelo simples prazer de sujar. Ataques a bens públicos e a propriedades particulares são crimes que deveriam ser punidos com todo o rigor, em vez de haver a atual tolerância.

Alguns anos atrás, dois rapazes de São Paulo picharam o monumento ao Cristo Redentor, no alto do Corcovado, um dos cartões postais do Rio. Eles acabaram sendo condenados a limpar o Cristo. Pouco tempo depois, um deles acabou morrendo numa briga. Eram dois desajustados. As autoridades e a Justiça têm de agir com firmeza para defender o patrimônio cultural e artístico das cidades, para combater a poluição visual e, além de tudo, para proteger as propriedades de quem paga impostos.

*Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL

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